O juiz federal Sergio Moro quebrou o sigilo de parte do acordo de colaboração do ex-ministro Antonio Palocci com a Polícia Federal (PF). No despacho desta segunda-feira (1º), Moro diz que: "Examinando o seu conteúdo, não vislumbro riscos às investigações em outorgar-lhe publicidade".
Palocci deverá pagar uma multa no valor de R$ 37,5 milhões e terá redução de dois terços da pena. Em uma das partes do acordo, é detalhado um suposto esquema de indicações para cargos na Petrobras durante os mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ex-ministro relatou ainda uma reunião ocorrida no Palácio do Planalto, que teria contato com a presença de Lula, onde teria sido acertado o pagamento de R$ 40 milhões em propina para a campanha de Dilma Rousseff em 2010. Dilma também estaria presente neste encontro.
Essa parte da delação de Palocci, que o ex-ministro fechou com a Polícia Federal e foi homologada pelo desembargador Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), está inserida nos autos de uma das ações penais da Operação Lava-Jato contra Lula - em que o ex-presidente é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na compra de um apartamento em São Bernardo do Campo e de um terreno supostamente destinado ao Instituto Lula.
O advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, afirmou em nota que a decisão de Moro "reforça o caráter político dos processos e da condenação injusta imposta ao ex-presidente".
Clique abaixo e leia o termo de acordo de colaboração de Palocci:
*Com informações do Estadão Conteúdo.