O juiz federal Sergio Moro quebrou, nesta segunda-feira (1º), o sigilo de parte do acordo de colaboração do ex-ministro Antonio Palocci com a Polícia Federal (PF). Em um dos trechos do acordo, é detalhado um suposto esquema de indicações para cargos na Petrobras durante os mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No documento, o ex-ministro relatou ainda uma reunião ocorrida no Palácio do Alvorada, que contou com a presença de Lula, onde teria sido acertado o pagamento de R$ 40 milhões em propina da estatal para a campanha de Dilma Rousseff em 2010. Dilma também estaria presente neste encontro.
Clique abaixo e leia trecho de acordo de colaboração de Palocci liberado por Moro:
A defesa de Lula enviou a seguinte nota na tarde desta segunda-feira (1). Confira na íntegra:
"A conduta adotada hoje pelo juiz Sérgio Moro na Ação Penal nº 5063130-17.2016.4.04.7000 apenas reforça o caráter político dos processos e da condenação injusta imposta ao ex-presidente Lula.
Moro juntou ao processo, por iniciativa própria (“de ofício”), depoimento prestado pelo Sr. Antônio Palocci na condição de delator com o nítido objetivo de tentar causar efeitos políticos para Lula e seus aliados, até porque o próprio juiz reconhece que não poderá levar tal depoimento em consideração no julgamento da ação penal. Soma-se a isso o fato de que a delação foi recusada pelo Ministério Público. Além disso, a hipótese acusatória foi destruída pelas provas constituídas nos autos, inclusive por laudos periciais.
Palocci, por seu turno, mentiu mais uma vez, sem apresentar nenhuma prova, sobre Lula para obter generosos benefícios que vão da redução substancial de sua pena - 2/3 com a possibilidade de “perdão judicial” - e da manutenção de parte substancial dos valores encontrados em suas contas bancárias.
Cristiano Zanin Martins