A lista das 196 páginas e dos 87 perfis excluídos pelo Facebook há pouco menos de duas semanas foi divulgada nesta segunda-feira (6) pelo Ministério Público Federal (MPF) de Goiás. Clique aqui para acessar o arquivo.
Entre as contas excluídas, estão quatro páginas do Movimento Brasil Livre (MBL), pelo menos três páginas de apoio ao candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL), como "Bolsonaro o Mito" e "Bolsonaro Presidente", e dois endereços do Ceticismo Político, perfil ligado ao MBL que se notabilizou, em março, por disseminar notícias falsas envolvendo a vereadora assassinada Marielle Franco.
"Pelo grande interesse da sociedade nos fatos em apuração, o MPF dá publicidade e transparência às investigações e à lista recebida do Facebook", afirmou o procurador da República Ailton Benedito, que investiga o Facebook desde setembro do ano passado por supostos atos de censura e bloqueio de seus usuários brasileiros. Foi ele quem pediu a divulgação da lista e a justificativa para a exclusão. Em setembro do ano passado, o promotor convidou o líder nacional do MBL, Kim Kataguiri, para um evento da procuradoria em Goiás.
Como parte da estratégia para o combate ao compartilhamento de notícias falsas nas eleições brasileiras, as contas foram apagadas no último dia 25, "depois de uma rigorosa investigação que identificou violação direta às nossas políticas de autenticidade", informou a rede social na resposta ao MPF. "Essas páginas e contas faziam parte de uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas no Facebook", acrescentou.
A rede social divulgou o nome e o ID (o número de identificação que é único para cada conta) das 197 páginas, mas apenas o ID dos 87 perfis deletados, não sendo possível saber os nomes relacionados a essas contas.
Reação
Logo após a remoção das páginas, pelas redes sociais, o MBL negou o compartilhamento de notícias falsas e cobrou explicações da rede social. Em nota, o movimento disse que "muitas dessas contas possuíam dados biográficos estritos", sendo "absurda a acusação de que se tratavam de contas falsas".
"Não bastasse isso, o Facebook também desativou algumas páginas de alcance nacional, as quais, somando meio milhão de seguidores, entre informar e divulgar ideias liberais e conservadoras — o que não é crime —, também exerciam o importante papel de denunciar as 'fake news' da grande mídia brasileira", completou o comunicado do grupo.