GaúchaZH vai participar de aliança nacional para combater a desinformação na internet durante as eleições de 2018. O Comprova, nome do projeto colaborativo, será lançado nesta quinta-feira, no congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em São Paulo, e reúne jornalistas de 24 empresas de mídia no país.
O objetivo é identificar e explicar rumores, conteúdo forjado e táticas de manipulação que possam influenciar a campanha e as eleições presidenciais. A proposta entra no ar no dia 6 de agosto.
Os integrantes do Comprova vão monitorar e, então, publicar relatos precisos sobre peças de desinformação compartilhadas em redes sociais, sites fraudulentos e aplicativos de mensagens privadas. A coalizão inclui, além de GaúchaZH, outras 23 empresas (veja lista abaixo).
– As notícias falsas que circulam nas redes sociais e em grupos de WhatsApp não são responsabilidade dos veículos de jornalismo profissional, e sim de quem as produz de maneira maliciosa e das plataformas de distribuição, que vêm tentando mas ainda não conseguiram atacar o problema de maneira efetiva. O nosso desafio é combater essa gigantesca onda de desinformação com conteúdo de qualidade e responsabilidade. Participar dessa ação coordenada com redações de todo o país faz parte do nosso compromisso com o jornalismo e com a qualificação da informação – diz a gerente de GaúchaZH, Sabrina Passos.
O Grupo RBS já tem iniciativas de checagem de informações desde as eleições de 2014, quando ZH passou a conferir a veracidade das declarações dos candidatos durante a campanha com o projeto É Isso Mesmo?. Desde o ano passado, Rádio Gaúcha e GaúchaZH fazem também o monitoramento de fake news com o Notícia Falsa na Rede.
Idealizado pelo First Draft, projeto da Escola de Governo John F. Kennedy, na Universidade Harvard, nos EUA, o Comprova foi inspirado em outras iniciativas de checagem cruzada, como o CrossCheck, realizado na França em maio de 2017, e as parcerias com agências de verificação de fatos adotadas nas eleições no Reino Unido e da Alemanha no ano passado.
– O volume de conteúdo problemático circulando no Brasil é grande demais para que uma única redação lide com ele, e não faz sentido que diferentes redações dupliquem esforços para investigar os mesmos casos – afirma Claire Wardle, diretora do First Draft. – Ao treinar redações e unir esforços, acreditamos que um projeto como este possa ter impacto duradouro no Brasil.
A coalizão está sob coordenação da Abraji e tem apoio do Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor). O Google News Initiative e o Facebook Journalism Project ajudam a financiar a proposta. Os parceiros institucionais da iniciativa são a Associação Nacional de Jornais (ANJ), a RBMDF Associados, o Escritório da Universidade de Harvard no Brasil, o Torabit, a Ideal H+K Strategies e o Twitter.
Como vai funcionar
- O objetivo é identificar e combater, de maneira colaborativa, a desinformação online e as técnicas sofisticadas de manipulação.
- As redações participantes trabalharão juntas para verificar informações e, depois, criarão textos, cards, infografias e vídeos curtos para distribuir os desmentidos em formatos acessíveis e compartilháveis.
- Cada jornalista continuará dentro da sua redação original, mas com foco no projeto.
- Os participantes da coalizão passarão por treinamento contínuo e terão oportunidades de compartilhar conhecimento e expertise.
- Um critério é que nenhum desmentido seja publicado antes de ao menos três veículos estarem de acordo sobre a falsidade e a checagem da informação em questão.
- O material será publicado nos veículos participantes da proposta e também no site www.projetocomprova.com.br.
Quem faz parte
- AFP
- Band
- BandNews
- Canal Futura
- Correio do Povo
- Exame
- Folha de S.Paulo
- GaúchaZH
- Gazeta Online
- Gazeta do Povo
- Jornal do Commercio
- Metro Brasil
- Nexo Jornal
- Nova Escola
- NSC Comunicação
- O Estado de S. Paulo
- O Povo
- Poder360
- Rádio BandNews FM
- Rádio Bandeirantes
- Revista piauí
- SBT
- UOL
- Veja