A Câmara de Vereadores de Não-Me-Toque retomou, na manhã desta sexta-feira (10), a sessão que analisa o pedido de cassação do prefeito, Armando Carlos Roos (PP). Ele é réu por assédio sexual de servidoras e está afastado do cargo desde 13 de julho, por determinação judicial.
Na última quarta-feira (8), os vereadores chegaram a tentar iniciar a sessão, mas não conseguiram notificar o prefeito. Em nota, a Câmara afirmou que não localizou Roos e que o advogado dele se negou a assinar a notificação. Por isso, teve de ser publicado aviso em dois jornais de grande circulação da cidade.
O processo contra Roos conta com 510 páginas do relatório da comissão processante. São necessários votos de seis dos nove vereadores da cidade para que o prefeito seja cassado. A expectativa é de que a leitura e votação do relatório possa durar três dias.
Relembre o caso
Em 2017, uma servidora de carreira do município procurou a Polícia Civil para denunciar que o prefeito a rebaixou de cargo, fazendo com que ganhasse menos, por não aceitar um pedido de cunho sexual feito por ele. A denúncia foi feita inicialmente como uma queixa, sem representação do crime.
Dias depois, a vítima decidiu seguir adiante com o procedimento e contou que estava sendo ameaçada. Com isso, a mulher teve deferido um mandado de proteção no âmbito da Lei Maria da Penha.
Depois disso, outro caso veio à tona. Uma funcionária que trabalhava desde 2017 na prefeitura de Não-Me-Toque, em um cargo comissionado, denunciou o prefeito. De acordo com a denúncia, em troca da vaga, Armando teria pedido favores sexuais à mulher. Uma delas, inclusive, filmou o suposto assédio, ocorrido dentro do gabinete.
Na época da divulgação das imagens, Roos declarou em nota oficial que uma "suposta vítima utilizou-se da confiança do prefeito para gravar o referido vídeo, e somente um ano depois vem a público divulga-lo".