O prefeito de Não-Me-Toque, Armando Carlos Roos (PP), se manifestou por meio de nota após a divulgação, nesta terça-feira (3), de que a Polícia Civil investiga duas denúncias de assédio sexual contra ele. No texto, o prefeito diz que foi “surpreendido”, e que "está tomando as providencias cabíveis quanto à responsabilização das pessoas e entidades envolvidas com a publicidade indevida dos documentos e vídeo de caráter pessoal".
Ross afirma ainda que a "a suposta vítima utilizou-se da confiança do prefeito para gravar o referido vídeo, e somente um ano depois vem a público divulga-lo, após a sua exoneração". Por fim, ele pede desculpas à população pela situação ter se passado junto ao gabinete, o que teria aumentado a repercussão dos fatos.
As denúncias
Conforme o delegado Gerri Adriani Mendes, duas servidoras públicas procuraram a delegacia alegando que eram ameaçadas de perda ou de rebaixamento de cargo caso não aceitassem as investidas do prefeito.
No primeiro caso, que teria ocorrido em 2017, uma servidora de carreira do município procurou a polícia para denunciar que o prefeito a rebaixou de cargo, fazendo com que ganhasse menos, por não aceitar um pedido de cunho sexual feito por ele. A denúncia foi feita inicialmente como uma queixa, sem representação do crime.
Dias depois, a vítima decidiu seguir adiante com o procedimento e contou que estava sendo ameaçada. Com isso, a mulher teve deferido um mandado de proteção no âmbito da Lei Maria da Penha.
Na última semana, quando a Polícia Civil recebeu aval do Tribunal de Justiça para realizar a investigação, outro caso veio à tona. A segunda vítima é uma funcionária que trabalhava desde o ano passado na prefeitura de Não-Me-Toque em um cargo comissionado.
De acordo com a denúncia, em troca da vaga o prefeito teria pedido favores sexuais à mulher. Ela gravou conversa com o suspeito em que ele sugere que a vítima o acompanhe até seu apartamento.
A vítima foi desligada da prefeitura. Ela também teve deferido um mandado de proteção por meio da Lei Maria da Penha, já que vinha sendo ameaçada por um perfil não identificado no Facebook.
Confira a íntegra da nota do prefeito:
Armando Carlos Roos, Prefeito Municipal de Não-Me-Toque/RS vem a público em respeito a verdade e a opinião pública, manifestar-se sobre a acusação de assédio sexual, esclarecendo o seguinte:
O Prefeito ainda não foi citado da ação penal referente ao fato noticiado, tendo sido surpreendido através das redes sociais com a divulgação de documentos referente ao inquérito policial, sendo que está tomando as providencias cabíveis quanto a responsabilização das pessoas e entidades envolvidas com a publicidade indevida dos documentos e vídeo de caráter pessoal.
No que refere ao vídeo que vem sendo compartilhado junto ao aplicativo de mensagens instantâneas, Whatsapp, importante referenciar que mostra tão somente diálogo ocorrido entre o Prefeito Armando Carlos Roos e a suposta vítima, sendo que esta seria nomeada para um cargo de confiança , junto a Secretaria Municipal de Obras. A Suposta vítima utilizou-se da confiança do prefeito para gravar o referido vídeo, e somente um ano depois vem a público divulga-lo, após a sua exoneração.
O assédio relatado pela suposta vítima será devidamente apurado durante a instrução processual, se houver o recebimento da denúncia.
Por inúmeros motivos lamento este episódio, manifestando que as minhas ações sempre foram pautadas pelo respeito e obediência as leis, as autoridades e sobretudo a Comunidade Não-Me-Toquense, a qual peço desculpas pelo fato em questão principalmente pelo mesmo ter ocorrido junto ao Gabinete, o que acabou elevando a repercussão do caso.
Armando Carlos Roos.