O plenário da Câmara de Vereadores de Não-Me-Toque, no norte do Estado, começa às 13h30min desta quarta-feira (8) a sessão que votará a cassação do prefeito do município, Armando Carlos Roos (PP). Acusado de assédio sexual de servidoras, ele está afastado desde o dia 13 de julho por determinação da Justiça.
São necessários os votos de seis dos nove vereadores da cidade para a cassação do mandato. Devem ser lidas as 510 páginas do relatório da Comissão Processante – que ouviu vítimas, testemunhas de defesa e advogados do prefeito e que, ao final, recomendou a cassação de Roos. A expectativa é de que a sessão possa durar até três dias.
Além de réu por assédio, o prefeito também responde por abuso de autoridade e importunação ofensiva, além da contravenção penal de perturbação do sossego.
Relembre o caso
Em 2017, uma servidora de carreira do município procurou a Polícia Civil para denunciar que o prefeito a rebaixou de cargo, fazendo com que ganhasse menos, por não aceitar um pedido de cunho sexual feito por ele. A denúncia foi feita inicialmente como uma queixa, sem representação do crime.
Dias depois, a vítima decidiu seguir adiante com o procedimento e contou que estava sendo ameaçada. Com isso, a mulher teve deferido um mandado de proteção no âmbito da Lei Maria da Penha.
Depois disso, outro caso veio à tona. Uma funcionária que trabalhava desde 2017 na prefeitura de Não-Me-Toque, em um cargo comissionado, denunciou o prefeito. De acordo com a denúncia, em troca da vaga, Armando teria pedido favores sexuais à mulher. Uma delas, inclusive, filmou o suposto assédio, ocorrido dentro do gabinete.
Na época da divulgação das imagens, Roos declarou em nota oficial que uma "suposta vítima utilizou-se da confiança do prefeito para gravar o referido vídeo, e somente um ano depois vem a público divulga-lo".