O triplex do Guarujá (SP), que levou à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 12 anos e um mês de prisão, foi ocupado por membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo.
O presidente do MTST e pré-candidato à Presidência da República pelo PSOL, Guilherme Boulos, publicou no Twitter uma foto da ocupação e comentou: "Se é do Lula, o povo poderá ficar. Se não é, por que então ele está preso?"
Em outubro do ano passado, Lula afirmou, durante visita a uma ocupação do MTST, que, se conseguissem provar que o triplex no Guarujá, o apartamento vizinho à sua cobertura em São Bernardo do Campo e o sítio de Atibaia fossem seus, ele iria doá-los ao movimento.
— Estejam preparados, porque vocês podem ganhar dois apartamentos e uma chácara. Se conseguirem provar que são meus, serão seus. Pode avisar ao Moro (juiz Sergio Moro) — disse Lula, segundo reportagem da revista Época.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) que embasou a sentença de Moro, Lula recebeu vantagem indevida de R$ 3,7 milhões, como contrapartida por três contratos entre a OAS e a Petrobras. O valor não teria sido pago em espécie, e sim com a posse e reforma do imóvel no Guarujá, além do custeio de despesas relacionadas ao armazenamento de bens do petista em um depósito.
Ao final do processo, o juiz considerou que Lula teria recebido R$ 2,2 milhões em propina mediante a diferença entre o pago e o preço do apartamento triplex (R$ 1.147.770,00) e o custo das reformas (R$ 1.104.702,00) no imóvel. Com base nisso, decretou a pena de nove anos e seis de prisão, que mais tarde seria aumentada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região para 12 anos e um mês.
Quanto ao armazenamento do acervo do ex-presidente, Moro avaliou que "não há prova de que ele envolveu um crime de corrupção ou de lavagem" e, por isso, absolveu o petista dessa parte da acusação do MPF.
Lula está preso desde 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, por determinação de Moro.