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Aos poucos, começa a mudar a rotina de presidiário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Recluso desde sábado à noite numa sala de 15 metros quadrados da Superintendência da Polícia Federal (PF) do Paraná, Lula irá desfrutar do primeiro banho de sol nesta sexta-feira (13), teve autorização para beber água gelada e está prestes a receber uma esteira para fazer exercícios físicos.
Identificado pelo sistema prisional da Justiça Federal paranaense como o apenado nº 700004553820, o petista manteve nesta quinta-feira (12) o primeiro contato com a família. Três filhos e um neto estiveram com ele durante duas horas e meia, deixando o prédio por volta das 12h45min.
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Antes de subir ao último andar do prédio, todos tiveram de ser revistados e deixar o celular no setor de custódia da PF. Até mesmo os advogados do petista – que estiveram com ele todos os dias desde a prisão – precisam passar por este procedimento.
Trata-se de uma determinação expressa do juiz Sergio Moro e da direção-geral da corporação em Brasília, com o objetivo de evitar a todo custo o vazamento de imagens de Lula na cadeia.
É por causa desta preocupação que o ex-presidente ainda não pode tomar banhos de sol. Somente nesta quinta-feira os agentes delimitaram um local exclusivo para Lula, com muros altos e sem cobertura, onde ele fica protegido do alcance das lentes dos fotógrafos e cinegrafistas que permanecem de plantão ao redor da superintendência.
Lula poderia ter saído da sala nesta quinta, mas preferiu permanecer com a família.
A pedido da defesa, que informou à Justiça a condição de hipertenso de Lula e a necessidade de ele manter a rotina de exercícios físicos, será instalada uma esteira no quarto. O equipamento, porém, ainda precisa ser comprado pela família ou pelos advogados.
O ex-presidente também tem evitado tomar o suco que acompanha as refeições servidas aos detentos – a marmita ele não despreza – e está recebendo água gelada – "nem tão gelada assim", informa uma fonte da PF.
Lula já concluiu a leitura de A Elite do Atraso - Da Escravidão à Lava-Jato, obra do sociólogo Jessé Souza e indicada a ele pela ex-presidente Dilma Rousseff.
O petista segue praticamente sem conversar com os agentes que permanecem de plantão 24 horas por dia na porta da sala. Contudo, não aguentou a curiosidade e perguntou se havia muita gente no acampamento Lula Livre, montado pelo PT e pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nas proximidades da PF.
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Ao ser informado de que havia cerca de 500 pessoas no local, esboçou um breve sorriso.
Sua sala, munida de uma cama de solteiro, televisão cujo sinal é restrito aos canais abertos e uma mesa, é limpa todos os dias por uma funcionária de uma empresa terceirizada que presta serviços à PF.
A faxineira faz a limpeza com a porta aberta, sob a rigorosa vigilância dos agentes, e é orientada a não trocar palavras com o detento.