Enquanto a eleição para a Presidência da República se aproxima, o Brasil começa a sair de uma das piores crises de sua história. Após a recessão que fez o PIB encolher 7,1% em dois anos e criou mais de 14 milhões de desempregados, a economia tende a ser um dos pontos centrais dos debates até outubro.
Com as principais pré-candidaturas estabelecidas, ganha importância saber quem são e o que pensam os gurus econômicos dos postulantes ao Planalto.
E não é um economista a referência de Manuela D’Ávila (PC do B) na elaboração de propostas para a área econômica. Formado em relações internacionais pela Universidade de Georgetown (EUA), Luís Fernandes foi secretário-executivo dos ministérios de Esportes e de Ciência e Tecnologia e presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Atua na PUC-Rio e na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Se diz filiado à corrente desenvolvimentista.
O que pensa
- Fernandes é defensor do papel do Estado como financiador e indutor da economia e da inovação. A União precisa recuperar a capacidade de investimento e de ser o principal agente planejador do desenvolvimento, mas também assegurar a estabilidade macroeconômica.
- Afirma que uma das reformas mais prioritárias é a tributária. Defende a adoção de sistema progressivo, aumentando a taxação de acordo com a renda e o patrimônio. Critica a reforma trabalhista por precarizar direitos dos empregados. Admite a necessidade de mudanças na Previdência, com proteção a direitos.
- Mesmo partidário de presença forte do Estado na economia, admite a possibilidade do capital privado para elevar a taxa de participação do investimento na economia. Parcerias público-privadas (PPPs) e concessões são possíveis, desde que com bom marco regulatório.
- Embora seja contra a venda da Eletrobras ou bancos, privatização não é tabu. Podem ser analisadas caso a caso.