A Polícia Federal (PF) não pretende prender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a qualquer custo. Caso o petista não se entregue até o prazo estipulado pelo juiz Sergio Moro — 17h desta sexta-feira (6) —, não há intenção de se fazer a captura imediata na sede do Sindicado dos Metalúrgicos do ABC, onde ele permanece desde a noite de quinta-feira (5).
Tecnicamente, caso Lula não se entregue até o horário determinado por Moro, ele passa a ser procurado pela Justiça. A PF, contudo, está disposta a esperar até o ambiente se distensionar para cumprir o mandado de prisão.
— Podemos esperar quatro, cinco dias. Se formos até o sindicato, será preciso emprego do Batalhão de Choque da PM paulista para abrir caminho, pode haver conflito e pessoas ficarem feridas. Não é esse o nosso objetivo — ressalta o chefe de escolta e custódia da PF em Curitiba, Jorge Chastalo.
A interlocução com os advogados de Lula está sendo feita pela direção-geral da PF em Brasília. Até o começo da tarde desta sexta-feira, as negociações não haviam avançado. Apesar da disposição da PF em evitar confrontos, a tolerância com uma eventual resistência de Lula é limitada. Se for necessário e esse prazo se estender muito, a PF vai solicitar reforço da PM e buscar Lula onde ele estiver.