Nesta terça-feira (17), a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão do ministro Dias Toffoli, que havia afastado a inelegibilidade do ex-senador Demóstenes Torres. Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o ex-senador, que agora está liberado para concorrer nas eleições de outubro, reforçou que foi afastado injustamente. De acordo com ele, sua cassação ocorreu por ser amigo de um contraventor.
— Fui acusado de ser amigo de um contraventor. Nunca me acusaram de desviar recursos públicos de ponte, hospital ou qualquer coisa — disse.
Ele atribui sua cassação a uma perseguição política com o objetivo de "melar" o mensalão.
— Eu fui cassado numa perseguição política terrível, meus pares, meus "cassadores" estão lá. Aproveitaram de uma amizade que eu tinha pra dizer que eu era o inimigo número um do país. Naquele momento, ia ser julgado o mensalão. Óbvio que o PT tentou a todo custo melar o julgamento do mensalão com o meu caso — disse.
Questionado sobre como ele interpreta o fato de que alguns dos senadores que o cassaram agora estão na mira da Lava-Jato, o ex-senador disse que "tem dó".
— Eu não tenho raiva de ninguém, eu tenho dó. Pelo que passei não desejo isso pra quem quer que seja. Torço para que eles consigam obter na Justiça vitória que demostre a inocência deles. Mas eles têm contra eles o que jamais tiveram contra mim: documentos, pessoas, testemunhas. O que eu tenho deles é pena — afirmou Demóstenes, que confirmou que pretende concorrer ao Senado.
— Só concorro ao Senado, é o que me interessa. Se eu não conseguir, vou fazer serviço comunitário, porque eu nunca vou deixar de ser político — pontuou.
O senador foi cassado em 2012 por quebra de decoro parlamentar. Na época, ele foi acusado de favorecer o bicheiro Carlinhos Cachoeira, após intercepções telefônicas realizadas nas Operações Vegas e Monte Carlo. As provas, no entanto, foram invalidadas pela Segunda Turma do STF em outubro de 2016.