Aécio Neves (PSDB-MG) tornou-se, nesta terça-feira (17), o sexto senador réu no Supremo Tribunal Federal (STF) em razão da Operação Lava-Jato. A 1ª Turma da Corte decidiu aceitar a denúncia contra o tucano por corrupção passiva e obstrução de Justiça.
Os senadores Agripino Maia (DEM-RN), Fernando Collor (PTC-AL), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Romero Jucá (PMDB-RR) e Valdir Raupp (PMDB-RO) também são réus no STF. Veja o que pesa contra cada um:
Aécio Neves (PSDB-MG)
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou Aécio, em maio de 2017, de corrupção passiva e obstrução da Justiça com base nas delações de Joesley Batista e Ricardo Saud, da J&F.
O senador foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley. Na conversa, o tucano aparece solicitando dinheiro ao empresário sob a justificativa de que precisava pagar despesas com sua defesa na Lava-Jato.
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Gleisi foi a primeira senadora com mandato atualmente a tornar-se ré no STF, acusada de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Desde março de 2015, ela e o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, são investigados por suposto recebimento de R$ 1 milhão de propina de contratos firmados entre empreiteiras e a Petrobras.
As investigações apontam que o dinheiro teria sido usado para custear parte da campanha eleitoral da petista em 2010. A presidente nacional do PT também é alvo de outro inquérito na Lava-Jato e de uma segunda denúncia, também relacionada à operação.
Fernando Collor (PTC-AL)
A 2ª Turma do STF aceitou, em agosto do ano passado, denúncia contra Collor pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A PGR acusa o parlamentar de receber R$ 29 milhões em propina pela suposta influência política na BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras. Além dessa ação, o senador é alvo de outros cinco inquéritos na Lava-Jato.
Romero Jucá (PMDB-RR)
A denúncia aponta que Jucá, réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, pediu doação de R$ 150 mil à empreteira Odebrecht para a campanha eleitoral do filho Rodrigo, então candidato a vice-governador de Roraima, em 2014. Em troca, a empresa esperava que Jucá a beneficiasse durante a tramitação de duas medidas provisórias no Congresso. O senador também é alvo de outros 12 inquéritos no STF, entre eles, seis no âmbito da Lava-Jato.
Agripino Maia (DEM-RN)
A 1ª Turma do STF aceitou, em dezembro do ano passado, denúncia contra Agripino Maia pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que o senador influenciou a mudança de parecer do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte, que não havia aceitado, num primeiro momento, a documentação enviada pela OAS sobre a construção da Arena das Dunas, para a Copa do Mundo de 2014. O impasse travou inicialmente o repasse de recursos do BNDES à empreiteira. Pela atuação no caso, o senador Agripino teria recebido vantagens indevidas por meio de dinheiro em espécie e doação eleitoral da construtora.
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Segundo a PGR, Raupp praticou crimes de corrupção e lavagem de dinheiro ao receber R$ 500 mil em doações eleitorais da empreiteira Queiroz Galvão, investigada na Lava-Jato. Para os investigadores, o valor tem origem em desvios de contratos da Petrobras.