O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso afirmou nesta segunda-feira (2) que a corrupção sistêmica sempre foi o modo de fazer política no Brasil. Segundo ele, o país celebrou um “pacto oligárquico de saque ao Estado”, firmado entre empresários, políticos e a burocracia estatal, com renovação constante dos acordos de corrupção.
— O Brasil se deu conta de que vivenciávamos uma corrupção sistêmica, endêmica, que não era produto de falhas pessoais, era um modo de conduzir o país — disse Barroso, ao participar do Fórum Internacional A Segurança Humana na América Latina, em São Paulo.
O ministro evitou comentar o Inquérito dos Portos, do qual é relator no STF, e a recente prisão temporária, e posterior soltura, de 10 investigados na Operação Skala – incluindo amigos do presidente Michel Temer. A ação foi deflagrada na quinta-feira (29) pela Polícia Federal.
Sem conversar com jornalistas, o ministro falou sobre corrupção durante o fórum internacional promovido pelo Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para Prevenção do Crime e Tratamento do Delinquente. No entender do ministro, o problema gerou perda da confiança, de maneira geral, entre os brasileiros.
— O custo moral de tudo isso foi a criação da cultura de desonestidade. Precisamos romper com esse ciclo da cultura de desonestidade — afirmou.