Após uma decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), as pessoas ligadas ao presidente Michel Temer detidas na quinta-feira (29) foram libertadas no sábado (31) à noite depois que prestaram depoimento sobre uma investigação de supostas irregularidades na concessão e administração de instalações portuárias. Os 10 detidos na Operação Skala deixaram as superintendências da Polícia Federal em São Paulo e no Rio de Janeiro.
"Tendo as medidas de natureza cautelar alcançado sua finalidade, não subsiste fundamento legal para a manutenção das medidas", afirmou Barroso na decisão.
A ordem respondeu a um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para revogar as ordens de prisão temporárias, por considerar que objetivo das prisões – instruir as investigações em curso – foi alcançado.
Entre os 10 detidos na quinta-feira estavam José Yunes, advogado, amigo e ex-assessor do presidente; o ex-coronel da Polícia Militar João Batista Lima, também amigo de Temer; o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi e Antônio Celso Greco, dono da empresa Rodrimar.
As prisões temporárias de até cinco dias haviam sido decretadas pela procuradora-geral Raquel Dodge no âmbito da Operação Skala. A operação havia sido autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, relator do inquérito que investiga se Temer recebeu propina para emitir em maio de 2017 um decreto beneficiando empresas do setor portuário.
Na saída, o único preso que se pronunciou, segundo o jornal Folha de S. Paulo, foi o ex-ministro Rossi. Ele reiterou a afirmação de que não tem nada a ver com os fatos investigados:
–Agradeço pela presteza com que o ministro Barroso liberou a todos nós.
As prisões foram duramente criticadas na sexta-feira pelo governo, que atribuiu as investigações a uma tentativa de "retirar o presidente da vida pública" e impedir sua eventual candidatura nas eleições de outubro.