Na inauguração do novo Aeroporto de Vitória (ES), nesta quinta-feira (29), o presidente Michel Temer fez um discurso protocolar, enalteceu feitos do governo federal e não citou em nenhum momento a operação da Polícia Federal (PF) que prendeu três dos amigos mais próximos dele. Temer ficou cerca de duas horas na capital capixaba e saiu sem falar com os jornalistas.
A intenção dele era se valer da inauguração do novo Aeroporto Eurico de Aguiar Salles como forma de demonstrar avanços no governo e fortalecer a pré-candidatura à reeleição.
O complexo aeroportuário, que inclui um terminal de passageiros com 29,5 mil metros quadrados e uma pista de pouso de 2.058 metros de comprimento, consumiu R$ 559,4 milhões dos cofres federais. A prisão de amigos na Operação Skala, contudo, atrapalhou os planos de Temer.
O presidente falou por quatro minutos em tom de campanha, mas sem entusiasmar as pessoas que se encontravam no lugar. As palmas mais fortes vieram de políticos que compunham a comitiva e autoridades locais.
Nesta quinta, foram presos o empresário e advogado José Yunes, o presidente da empresa Rodrimar, Antônio Celso Grecco, o ex-ministro de Agricultura Wagner Rossi e o coronel da reserva da Polícia Militar (PM) João Batista de Lima Filho.
A cerimônia na capital foi isolada, no novo terminal aéreo, que fica distante cerca de um quilômetro da avenida que dá acesso ao complexo. Apenas convidados e credenciados tiveram acesso ao evento. Três faixas de agradecimento a Temer foram fixadas na parede. Uma delas citava também os ministros do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira, e dos Transportes e Aviação Civil, Maurício Quintella — que deixa o cargo nesta quinta —, e o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Presente à inauguração, o ministro da Fazenda e provável candidato ao Planalto, Henrique Meirelles, não foi lembrado na homenagem.