O presidente Michel Temer afirmou à revista IstoÉ que "seria uma covardia não ser candidato" e que pretende defender, ele mesmo, o legado de seu governo e a continuidade das políticas atuais. Na entrevista, publicada na edição deste fim de semana, o peemedebista lembrou que todos os demais presidentes tentaram a reeleição. Não repetir esse gesto, segundo ele, poderia passar a imagem de que estava se escondendo e que os outros candidatos se sentiriam livres para "bater" em sua gestão.
— Acho que seria uma covardia não ser candidato. Porque, afinal, se eu tivesse feito um governo destrutivo para o país, eu mesmo refletiria que não dá para continuar. Mas, pelo contrário, eu recuperei um país que estava quebrado. Literalmente quebrado. Eu me orgulho do que fiz. E eu preciso mostrar o que está sendo feito — afirmou Temer. A entrevista foi feita na última quarta-feira (21).
Temer, que disse ter tomado a decisão "de um mês e meio para cá", avaliou que o ideal seria ter apenas uma candidatura de centro, mas que o cenário que se desenha é de vários nomes. Ele ainda afirmou que o PMDB já prepara uma espécie de "Ponte para o Futuro 2", documento que norteou sua política econômica.
Apesar dos índices baixos de popularidade, o presidente aposta na recuperação da economia e na intervenção no Rio como pontos a seu favor. Além disso, ele pretende percorrer vários Estados para angariar eleitores.
Temer tem até agosto para oficializar a candidatura, já que pela legislação ele não precisa deixar o cargo até abril para concorrer — como acontece, por exemplo, com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, outro nome cotado para disputar o Planalto.
Inquérito dos Portos
Sobre as acusações que constam no inquérito dos Portos, no qual foi incluído, Temer negou ter relações com a empresa Rodrimar, mas disse que não vai abrir o sigilo bancário antes que essas informações sejam disponibilizadas pela própria Justiça — o inquérito não é sigiloso.