Em meio à polêmica envolvendo a desembargadora Marilia Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que acusou a vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada a tiros na quarta-feira (14), de ser "engajada com bandidos" — e foi posteriormente desmentida —, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) fez um alerta em sua página no Facebook. "Em tempos de fake news, nunca é demais lembrar", anuncia a publicação, que segue com dicas sobre como identificar uma notícia falsa.
A postagem feita na segunda-feira (19) não citou a desembargadora, mas provocou uma série de comentários dos usuários sobre o caso. Também na segunda-feira, o PSOL ingressou com uma representação no CNJ contra a magistrada após ela ter escrito que "Marielle não era apenas uma lutadora, ela estava engajada com bandidos". A desembargadora ainda afirmou que a vereadora, que foi a segunda mais votada nas eleições de 2016 no Rio de Janeiro, "foi eleita pelo Comando Vermelho". Tais informações são falsas.
Após o caso ganhar repercussão, Marilia se defendeu em sua página do Facebook, onde publicou uma retratação. "Venho declarar o que segue: no afã de defender as instituições policiais, ao meu ver injustamente atacadas, repassei de forma precipitada, notícias que circulavam nas redes sociais. A conduta mais ponderada seria a de esperar o término das investigações para então, ainda na condição de cidadã, opinar ou não sobre o tema", escreveu.
A postagem do CNJ faz alguns alertas aos usuários como não repassar informações se não tiver a fonte, buscar a fonte original, checar o histórico de quem publicou, conferir a data, pesquisar em outra fontes, ler a notícia inteira e desconfiar quando a publicação usar muitos adjetivos.