O empreiteiro Marcelo Odebrecht entregou aos investigadores da Operação Lava-Jato, na quarta-feira (21), dezenas de mensagens que corroborariam sua delação premiada. Os e-mails foram anexados à ação penal na qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de receber propina da Odebrecht.
"Após a progressão para o regime fechado diferenciado ocorrida em 19 de dezembro de 2017, o colaborador (Marcelo Odebrecht) teve acesso a um HD contendo o espelhamento de seu computador apreendido, quando passou a realizar buscas por mais elementos de corroboração dos fatos relatados no acordo por ele celebrado", afirma a defesa de Marcelo.
Neste processo, a Lava-Jato atribui a Lula vantagem indevida de R$ 12,5 milhões da Odebrecht, por meio de um terreno de R$ 12 milhões que abrigaria o Instituto que leva o nome do ex-presidente e uma cobertura vizinha à residência do petista em São Bernardo do Campo (SP), de R$ 504 mil.
As mensagens, segundo o delator, foram trocadas entre 8 e 9 de setembro de 2010. O documento cita o "Drousys" — sistema de informática para comunicação do setor de propinas da empreiteira — e o "MyWebDay" — software desenvolvido pela empreiteira para gerenciar contabilidade paralela.
"(O arquivo) Corrobora os pagamentos registrados nos sistemas MyWebDay e Drousys, conforme documentos juntados pelo colaborador e pelo Ministério Público Federal", diz.
A defesa do ex-presidente Lula não havia se manifestado até a publicação desta matéria.