CORREÇÃO: ao contrário do que foi informado entre 12h30 e 13h, as tropas que estão nas ruas do Rio de Janeiro não são reflexo da intervenção federal decretada pelo presidente Michel Temer, e sim, fazem parte da segurança do presidente, que participou de reunião no Palácio da Guanabara nesta manhã.
As operações decorrentes da intervenção federal na segurança do Rio, decretada na sexta-feira (16), ainda não começaram, segundo o Comando Militar do Leste (CML). Informação anterior do Estadão Conteúdo, que ficou publicada entre 12h30 e 13h em GaúchaZH, dava conta que as tropas do Exército que estão nas ruas do Rio já eram reflexo da intervenção federal. No entanto, os militares vistos mais cedo pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo estão alocados em Laranjeiras e em outros bairros da zona sul do Rio apenas por conta da presença do presidente Michel Temer, no Palácio Guanabara. Ele se reúne com o governador Luiz Fernando Pezão (MDB) neste sábado, 17, sobre as medidas a serem tomadas daqui para frente.
Segundo o Comando Militar do Leste, estão valendo as ações que já vinham sendo tocadas desde junho do ano passado. Foi quando as tropas federais passaram a reforçar o policiamento no Estado, com vistas ao controle da violência, com presença em favelas tomadas pelo tráfico de drogas e em rodovias.
- Segue o que vigorava na Garantia da Lei e da Ordem (GLO) então", explicou o coronel Carlos Frederico Cinelli, chefe da comunicação social do Comando Militar do Leste.
O que muda em relação ao cenário anterior é que o interventor designado por Temer, o general de Exército Walter Souza Braga Netto, é quem irá tomar todas das decisões da área da segurança. Até então, o comando era do governo do Estado. O general irá se reportar diretamente ao presidente Michel Temer (MDB), sem passar pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann.
Braga Netto está no Exército desde 1974 e é doutor em Política, Estratégia e Alta Administração pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Já foi observador militar da ONU no Timor Leste e tem experiência no Rio como chefe da seção de inteligência do Comando Militar do Leste e coordenador geral de defesa da Olimpíada de 2016.
- Ele poderá tomar as decisões, gerir recursos, intervir em liderança dos órgãos. É o governador da segurança pública - disse o porta-voz do CML, lembrando que os militares poderão fazer revistas a cidadãos. Em caso de crimes cometidos por eles, o julgamento será pela Justiça Militar.
A intervenção federal começou na sexta-feira, dia 16, e foi decretada até 31 de dezembro. Esta é a primeira vez desde a promulgação da Constituição de 1988 que o Congresso se debruçará sobre um pedido de intervenção federal em um Estado. Temer designou o general do Exército Walter Sousa Braga Netto, comandante do Comando Militar do Leste (CML), como interventor. Braga Netto terá o controle sobre a Polícia Militar, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros. A medida é restrita à área de Segurança.