Na primeira reunião do ano no Palácio da Alvorada, na noite de quarta-feira (3), o presidente Michel Temer pediu a aliados que continuem empenhados na defesa da reforma da Previdência e que não deixem "o tema morrer". O governo ainda está distante dos 308 votos necessários para aprovar a reforma, mas tem apostado em um discurso otimista na tentativa de viabilizar a aprovação da proposta.
Participaram do encontro no Alvorada, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Carlos Marun (Secretaria de Governo).
Marun, que é o responsável por tratar de liberação de emendas parlamentares, por exemplo, já avisou que vai criar um esquema especial de trabalho com os líderes para angariar apoio à proposta.
— Eu reservei as quartas-feiras para atender os líderes, só líderes, para ter conversas, não reservadas, mas tratar de questões específicas. Isso já passa a fazer parte da nossa agenda — afirmou.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, também na quarta-feira, o ministro afirmou que hoje o ambiente está "muito mais favorável" para a reforma.
— Saindo de um restaurante, tinha uma mesa de jovens, e eles me disseram: "Ministro, vamos aprovar a reforma da Previdência". Saindo do hotel, um hóspede disse: "Ministro, vamos aprovar a reforma". Se isso está acontecendo comigo, deve estar acontecendo com os parlamentares. Isso é muito importante, por que, o que leva alguém que não é oposição, da base, a votar contra a reforma? É o medo, de que um voto favorável à reforma possa trazer impacto eleitoral negativo. É justo — explicou.
No período da manhã, Maia reuniu-se em sua residência oficial com os ministros da área econômica Henrique Meirelles (Fazenda) e Dyogo Oliveira (Planejamento) para tratar da reforma.
Conforme calendário já anunciado, a votação na Câmara está marcada para o dia 19 de fevereiro. Mas o presidente da Casa quer começar as discussões sobre a matéria ainda antes do Carnaval, no dia 5 de fevereiro.