Após reunião no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (24), o relator da reforma da Previdência, Arthur Maia (PPS-BA), disse que o governo está disposto a fazer novas modificações na proposta para angariar apoio no Congresso. Segundo o deputado, representantes de corporações, como a chamada bancada da bala, poderão ter pedidos atendidos, desde que garantam votos.
- Se o nosso propósito é aprovar a reforma, qualquer modificação tem de estar relacionada a novos votos - argumentou.
Segundo o relator, nas últimas semanas as conversas sobre o tema "entraram em um processo de afunilamento", e as reivindicações das corporações ficaram mais claras. Com isso, o governo vislumbra chances de convencer os deputados indecisos.
- Na bancada da bala, por exemplo, algumas pautas podem ser atendidas. Alguns desejam algum tipo de regra de transição para policiais, diferente da que existe hoje. Outros solicitam que o policial morto em serviço tenha direito a aposentadoria integral - explicou.
No encontro, Arthur Maia discutiu o assunto com o ministro Carlos Marun, responsável pela articulação política, e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) - que exerce a presidência da República durante a viagem de Michel Temer a Davos, na Suíça.
Hoje, o Planalto calcula que possui 275 votos favoráveis à reforma, e outros 60 parlamentares estariam indecisos. O número mínimo para aprovação é de 308 votos.
O relator disse que a possibilidade de deixar a análise da proposta para novembro foi descartada. Ele comunga da posição do Planalto, de que o texto deve ser pautado em fevereiro. No entanto, considera "temerário levar à votação sem expectativa de ter entre 320 e 330 votos".