A ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, não é mais do PSDB. A desembargadora aposentada entregou, na tarde desta quinta-feira (14), seu pedido de desfiliação do partido, do qual era membro desde 2013.
Com a decisão, a ministra tenta permanecer no governo de Michel Temer, independentemente da decisão da sigla de desembarque da gestão federal.
Em novembro, Luislinda foi alvo de polêmica após pedir um aumento salarial, alegando que sua situação na Esplanada, com contracheque de R$ 33,7 mil, "se assemelhava ao trabalho escravo". A juíza pleiteava ganhar R$ 61,4 mil.
"Sem sombra de dúvidas, se assemelha (a situação) ao trabalho escravo, o que também é rejeitado, peremptoriamente, pela legislação brasileira desde os idos de 1888 com a Lei da Abolição da Escravatura".
Do teto de R$ 33,7 mil — valor equivalente ao salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) —, Luislinda recebe R$ 30.471,10, referente à aposentadoria do Judiciário e o restante, R$ 3.292, por atuar como ministra. O salário de ministro de Estado é de R$ 30.934,70, mas o "abate teto" tira R$ 27.642,80 da titular dos Direitos Humanos.
Depois da repercussão negativa, Luislinda redigiu um requerimento de desistência e arquivamento da solicitação do reajuste dos vencimentos.