A 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) aumentou a pena de João Cláudio Genu de oito anos e oito meses para nove anos e quatro meses. Ele é apontado como braço direito do ex-deputado José Janene (PP-PR, morto em 2010) – a quem a Lava-Jato atribuiu o papel de criador do esquema de corrupção e cartel instalado na Petrobras entre 2004 e 2014. Para o juiz Sergio Moro, ele recebeu R$ 3,12 milhões em propina, desviados da Diretoria de Abastecimento.
Quando Janene era vivo, Genu ficava com 5% da propina paga à Petrobras. Após a morte do deputado, o valor aumentou para 30% – parte era dividida com o doleiro Alberto Yousseff. Em dezembro de 2016, Moro condenou Genu a oito anos e oito meses de prisão por corrupção e associação criminosa, mas o absolveu do crime de lavagem de dinheiro.
O aumento da pena do assessor ocorreu porque, para o TRF4, ele tinha condições "sociais e intelectuais" de reconhecer e resistir à prática dos crimes, mas, mesmo assim, os praticou. Segundo o relator, o desembargador federal João Pedro Gebran Neto, responsável pelos processos da Lava-Jato no tribunal, "nem o fato de Genu ser réu no processo do mensalão o inibiu da prática de condutas ilícitas à época, tendo seguido cobrando e recebendo valores de propina".
A defesa do assessor chegou a questionar a denúncia de que Genu fazia parte de uma quadrilha em um processo com dois réus condenados, mas o desembargador afirmou que todos atuavam em conjunto.
— Genu não é uma figura estranha a todo esse movimento que ensejou a Lava-Jato. A parte que cabia a Genu não era isolada, mas estava inserida nesse contexto, recebendo e repassando valores frutos de corrupção — defendeu Gebran Neto.
O ex-sócio de Genu, Lucas Amorim Alves, também foi absolvido pelo TRF4. Ele havia sido absolvido em primeira instância por falta de provas suficientes, mas o MPF havia entrado com recurso.
Rafael Angulo Lopez, que era julgado na mesma ação por receber e repassar a propina para Youssef, teve a pena diminuída de quatro anos e cinco meses para dois anos e oito meses.