Os professores estaduais decidiram manter a greve da categoria, que já dura 57 dias. A decisão foi tomada durante assembleia nesta terça-feira (31), em frente ao Palácio Piratini, no centro de Porto Alegre.
Os itens da proposta apresentada pelo governo de José Ivo Sartori, na segunda-feira (30), serão analisados pela base do sindicato. Contudo, a assembleia aprovou orientações sobre os pontos que serão levados para os educadores do interior do Estado.
Já na abertura do encontro desta terça, a presidente do Cpers-Sindicato, Helenir Schürer, afirmou que a entidade é contra a renegociação da dívida com a União e a venda de ações do Banrisul.
Os dois itens foram citados pelo Piratini na última reunião com representantes da categoria. No encontro, o governo do Estado se comprometeu a retomar o pagamento em dia dos servidores a partir de dezembro – dependendo, justamente, da venda de ações do banco e da adesão do RS ao Plano de Recuperação Fiscal.
Apesar da decisão de manter a paralisação, a categoria comemorou alguns pontos apresentados pelo Piratini. Entre eles, a retirada do projeto que flexibiliza a data de pagamento dos servidores do Executivo, em tramitação na Assembleia Legislativa, e a garantia do governo de que não irá demitir os professores temporários que aderiram à mobilização.
Posição do governo
Procurada, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) informou que não irá se manifestar sobre a decisão tomada pelos professores na assembleia desta terça-feira. Já a Casa Civil divulgou nota em que afirma que "o Cpers se divorcia ainda mais da sociedade gaúcha" e que a greve "extrapolou qualquer limite".
"Tudo bem fazer oposição ao governo Sartori, mas agora estão colocando em risco o ano letivo, ou seja, a vida de alunos e suas famílias. A greve tem cada vez menos adesão. Não representa a categoria dos professores, mas apenas setores militantes e engajados politicamente", diz trecho do texto.
A nota também afirma que "o governo fez tudo o que podia" para encerrar a paralisação. "Nós lamentamos o uso da educação e do sindicalismo para fins políticos", diz o texto, assinado pelo secretário Fábio Branco.