O Senado deve avaliar na próxima terça-feira (17) a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que afastou do mandato o senador Aécio Neves (PSDB-MG), suspeito de envolvimento em corrupção. O caso gerou polêmica sobre os limites de atuação do Legislativo e do Judiciário, além de provocar divergências entre os parlamentares.
O GaúchaZH ouviu os três representantes do Rio Grande do Sul no Senado. Confira como cada um irá se posicionar sobre o assunto:
Ana Amélia Lemos (PP)
A senadora Ana Amélia Lemos (PP) diz que votará pela manutenção da decisão da Primeira Turma do STF, que determinou o afastamento de Aécio e impôs medidas cautelares a ele, como recolhimento noturno.
– É preciso manter a coerência. Votei contra (os ex-senadores) Delcídio (Amaral) e Demóstenes (Torres). Régua moral é a mesma para todos – afirmou.
A senadora também disse que é a favor de votação aberta no Senado sobre o tema, e não fechada, como planejam nos bastidores alguns líderes da Casa.
Lasier Martins (PSD)
Até o início da tarde desta sexta-feira (13), o senador Lasier Martins (PDS) estava indeciso sobre o afastamento de Aécio e planejava anunciar seu posicionamento na próxima semana. No entanto, após ser questionado por GaúchaZH, admitiu que votará por manter o afastamento do tucano.
– Eu estava em dúvida se ele deve continuar afastado, porque ele não foi denunciado. Mas sou favorável à investigação e, por isso, votarei pelo afastamento – argumentou.
Lasier também garante que defenderá votação aberta sobre o assunto, pois “cada um tem que mostrar a cara”.
Paulo Paim (PT)
Um dos senadores mais atuantes nos discursos pela investigação de Aécio, Paulo Paim (PT) defende que o tucano siga afastado das atividades parlamentares.
“Por coerência, votarei pelo afastamento do Aécio, assim como fiz com o Delcídio”, postou em sua conta no Twitter.
Além de Paim, os demais senadores do PT anunciaram que também votarão a favor da manutenção do afastamento de Aécio. O senador gaúcho disse que irá reforçar a mobilização pelo voto aberto.
Suspeitas envolvendo Aécio
Com nove inquéritos abertos no STF, Aécio foi afastado do mandato e submetido ao recolhimento domiciliar noturno por suspeita de ter recebido propina da JBS. O empresário Joesley Batista entregou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma gravação em que Aécio lhe pede R$ 2 milhões, sob a justificativa de que precisava da quantia para pagar despesas com sua defesa na Lava-Jato.
O senador tucano está afastado das atividades parlamentares desde o dia 26 de setembro, por decisão da Primeira Turma do STF. A medida poderá ser reavaliada pelo plenário do Senado, no entanto, porque o pleno do STF decidiu que casos como o de Aécio devem ser submetidos à análise do Legislativo.