O Senado deverá decidir na terça-feira (3) se aceita ou não a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou o afastamento do mandato de Aécio Neves (PSDB-MG) e que proíbe o tucano de deixar a sua residência à noite. Para que o ex-governador tenha o mandato suspenso, são necessários 41 votos entre os 81 senadores.
Por 43 votos a oito, os parlamentares aprovaram requerimento de urgência para discutir o tema. Antes da votação, o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), sugeriu que a apreciação ocorresse apenas na próxima semana em razão do baixo quórum:
— Tenho a convicção de que todos os 80 senadores dessa Casa têm o desejo de se manifestar a respeito dessa matéria no voto. O PSDB tem a intenção de ver essa matéria votada com urgência, mas não necessariamente a urgência tem que fazer com que votação tenha que ser no dia de hoje.
Representando a liderança do PT, o senador Humberto Costa (PE) afirmou que o partido votará para derrubar a decisão do STF. O parlamentar defende que as suspeitas contra Aécio sejam apreciadas pelo Conselho de Ética do Senado.
— A decisão da nossa bancada é de representarmos ao Conselho de Ética para que seja aberto um processo que averigue o descumprimento ou a agressão ao decoro parlamentar por parte do senador Aécio Neves. Essa é uma questão que tem que ser avaliada por esse parlamento — disse Costa (PT-PE), explicando que não se manifestaria sobre "o mérito da questão".
Um processo por quebra de decoro parlamentar chegou a ser aberto contra Aécio no Conselho de Ética. Em julho, no entanto, o procedimento foi arquivado pelo colegiado.