Por 11 votos a quatro, o Conselho de Ética do Senado confirmou, nesta quinta-feira (6), o arquivamento do pedido de cassação do senador Aécio Neves (PSDB-MG), alvo de representação por quebra de decoro parlamentar. Desta forma, Aécio não será nem sequer investigado na Casa pelas gravações entre ele e o dono da JBS, Josley Batista.
Nesta quinta, os parlamentares rejeitaram um recurso que pretendia revisar a decisão do presidente do Conselho de Ética, João Alberto Souza (PMDB-MA). Em 23 de junho, o senador maranhense decidiu arquivar o requerimento contra Aécio alegando "falta de provas". O pedido de cassação havia sido apresentado pela Rede e pelo PSOL.
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Para o senador Lasier Martins (PSD-RS), que votou pela admissibilidade do processo, o resultado de hoje é negativo para Aécio.
– Não estivemos agora julgando a cassação, e sim a admissibilidade ou não da representação. Sempre defendi que o processo seria saudável para Aécio provar que é inocente. Da maneira que ficou, perdura a dúvida – avaliou Lasier.
Autor da representação, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) declarou que há um acordão entre os grandes partidos para salvar Aécio e blindar outros parlamentares investigados.
– Há dois tipos de julgamento, um dos que têm poder político no Senado e outro dos que não têm.
Aécio voltou ao Senado na última terça-feira (4) após autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello. O senador tucano havia sido afastado em 18 de junho por decisão do ministro Edson Fachin.
Em 2 de junho, Aécio foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva e obstrução de Justiça. Ele é acusado de solicitar R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, um dos delatores da JBS.