O presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira (15), em entrevista coletiva a emissoras regionais de rádio, que "apreciaria muitíssimo" corrigir a tabela do Imposto de Renda para Pessoa Física, com a ampliação da faixa de isenção, hoje limitada ao máximo de R$ 1.913,98. Temer, que respondia a uma pergunta sobre a possibilidade de dobrar esse teto, disse, porém, que não há nada de concreto sobre o assunto, que considerou "muito complicado".
– Houve uma fala sobre a possibilidade de aumentar a faixa de isenção – confirmou o presidente, sobre negociações iniciais a respeito do tema.
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Mas, evitou anunciar como certa a possibilidade de dobrar a faixa de isenção.
– Não há isso concretamente. Seria bom. Seria uma maneira de alcançar uma boa margem de trabalhadores que seriam beneficiados por isso de um lado e, de outro lado, também a economia que fariam ao invés de pagar o tributo, iriam gastar isso na economia nacional – declarou o presidente.
Em seguida, Temer reconheceu que a medida, que causaria um baque na arrecadação federal, não é fácil de ser adotada, embora a considere importante.
– Seria útil. Mas reconheço que é uma coisa complicada. Foi fruto apenas de uma breve fala que as cadeiras, mesas e paredes do Planalto captaram – disse, brincando com o vazamento da informação.
Questionado sobre o prazo para a definição em torno dessa possibilidade, o presidente respondeu com apenas um "não sei".
FGTS
Mas, antes, Michel Temer, ao responder sobre a possibilidade de ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, chegou a fazer um paralelo com os efeitos da Medida Provisória que está sendo concluída pelo governo e que permitirá o saque dos rendimentos de contas do FGTS.
– Os rendimentos do FGTS, que ficavam apenas com o poder público, são partilhados, metade vai para os trabalhadores – disse o presidente, anunciando para "daqui a um mês, um mês e pouco, no máximo" o prazo para a liberação de "vários bilhões que são fruto do rendimento".
Temer também comparou a medida à injeção de recursos no varejo trazida pelos saques de contas inativas do Imposto de Renda.
– Houve apenas uma primeira conversa para verificar se seria possível ampliar a faixa limite para o IR. Se for possível, claro, se aumenta a faixa de isenção, permitindo que muita gente possa economizar no pagamento do tributo para investir, para aplicar no varejo ou onde seja. Aliás, talvez haja relação lógica entre a liberação dos valores do FGTS que já chegam a R$ 28 bilhões e a melhora das compras no varejo – afirmou.
*Estadão Conteúdo