No dia seguinte à aprovação das medidas contra a corrupção na comissão especial da Câmara dos Deputados, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deu sinalizações favoráveis à anistia ao caixa 2 de campanha, além da inclusão de outras medidas na proposta que "responsabilizem a todos". Renan também aproveitou para, mais uma vez, fazer referência ao Judiciário.
Sem ser direto em suas posições, o peemedebista defendeu que o termo "anistia" é incorreto, uma vez que não há como anistiar um crime que não estava previsto.
– O projeto discute a possibilidade de não criminalizar o caixa 2 do passado, mas isso não significa anistia, porque você não pode anistiar um crime que não está cominado, tipificado, previsto – afirmou Renan nesta quinta-feira.
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Ele afirmou ainda que novas medidas podem ser incluídas no texto e, mais uma vez, fez referência à responsabilização do Judiciário.
– Por que 10 medidas? Por que não 12 ou 13? Não acho que devemos votar 10 medidas e resguardar privilégios – disse. – Medidas que responsabilizam todos precisam ser incluídas, sim – emendou.
Na Câmara, chegou a ser discutida a possibilidade de estender o crime de responsabilidade aos magistrados, dispositivo que foi retirado do texto final. Renan confirmou a votação do projeto que modifica a lei de abuso de autoridade para 6 de dezembro e afirmou que a responsabilização de magistrados pode ser discutida juntamente com essa matéria.
Em uma última sinalização sobre o ritmo de tramitação que o projeto das medidas contra a corrupção terá no Senado, Renan disse que está disposto a colocar a matéria em urgência, desde que essa seja a vontade dos líderes partidários.