Após cerca de três horas de sessão daComissão de Constituição e Justiça (CCJ)da Câmara, deputados votaram pela rejeição do recurso do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) contra o processo de cassação do seu mandato. Foram 48 votos rejeitando parecer de Ronaldo Fonseca (Pros-DF), contra 12 votos acolhendo o pedido.
No parecer, Fonseca recomendava que o processo voltasse ao Conselho de Ética, sob o argumento de que a votação na qual a cassação foi aprovada seria nula, pois deveria ter sido por meio eletrônico e não nominal ao microfone, como ocorreu.
Foram necessárias três sessões para que os deputados que compõem a CCJ conseguissem votar. Deputados aliados de Cunha tentaram por diversas vezes obstruir a votação, apresentando sucessivos requerimentos para que ela fosse adiada, todos negados.
O atraso nos trabalhos da CCJ, entretanto, acabou jogando para agosto a votação em plenário sobre a cassação de Cunha, pois a Câmara entra, ao fim desta semana, em "recesso branco", sem votações.
Cunha reafirmou que não mentiu
Pouco antes do resultado, Cunha fez um rápido pronunciamento afirmando que está sendo cassado pelos colegas por omissão de informação, com um processo baseado em acusações não comprovadas de delatores.
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– O que está ocorrendo é uma violência jurídica, regimental e constitucional – disse.
O peemedebista voltou a negar que tenha conta no exterior e disse que o relatório contra seu nome no Conselho de Ética é um "falseamento".
Ele também retomou o discurso de que a decisão desta quinta-feira terá implicações futuras.
– Eu não menti na CPI –, voltou a afirmar Cunha, em sua última oportunidade de defesa na CCJ.
Ele alega que não possui contas na Suíça, mas sim trusts, figura jurídica pela qual a propriedade das contas cabe a um administrador, que fica responsável por gerir os recursos concedidos por um depositante.
O parlamentar, que já havia falado durante a manhã, teve direito a mais dez minutos de fala antes do início da votação.
* Com agências