Assim como Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado federal Waldir Maranhão (PP-MA) também é investigado na Operação Lava-Jato. Com o afastamento do peemedebista da Câmara, a pedido do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, o parlamentar nordestino assumirá o posto de presidente da Casa.
De acordo com investigações, o doleiro Alberto Youssef, condenado por lavagem de dinheiro e investigado por outros crimes na Lava-Jato, afirmou que Maranhão foi um dos políticos do PP que receberam propina oriunda de contratos da Petrobras. O presidente interino da Câmara, contudo, ainda não se tornou réu, como o peemedebista.
Além da investigação da Lava-Jato, Maranhão também é alvo de outros dois inquéritos que também tramitam no STF, nos quais é acusado de crimes como lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos ou valores. O parlamentar do PP também traz no currículo outros questionamentos na Justiça Eleitoral. Aliado de Cunha, ele teve suas contas de campanha de 2010 para deputado rejeitadas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA).
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Em abril, o parlamentar nordestino virou notícia ao mudar o seu posicionamento sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Passou a apoiar a petista e, na votação em plenário, não escapou de vaias dos colegas de Casa.
Também no mês passado, o deputado voltou aos holofotes ao limitar a apuração sobre Cunha no Conselho de Ética. Com a medida, Maranhão decidiu que o peemedebista poderá ser investigado apenas pela suspeita de que teria contas secretas no Exterior e de que teria mentido sobre a existência delas, e não pelas acusações de recebimento de propina.
Como o mandato suspenso, a cadeira de Cunha não será ocupada por nenhum suplente, e, a partir de seu afastamento, a Câmara ficará com um deputado federal a menos.
No ano passado, Maranhão foi eleito vice-presidente da Casa com apoio do peemedebista. Médico veterinário por formação, ele está em seu terceiro mandato consecutivo de deputado.
O parlamentar filiou-se ao PP em 2007. Antes disso, foi filiado ao PDT (1985 a 1986), duas vezes ao PSB (1986 a 1988 e 2005 a 2007) e ao PTB (1988 a 2005).
No primeiro mandato de deputado, licenciou-se para assumir o cargo de secretário Estadual de Ciência e Tecnologia do Maranhão, na gestão de Roseana Sarney (PMDB), entre maio de 2009 e abril de 2010.
Em infográfico, confira os desdobramentos da Operação Lava-Jato:
*Zero Hora com Estadão Conteúdo