É com foco no agravamento da crise política brasileira que os jornais internacionais noticiaram a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki de afastar Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato de deputado federal.
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Referindo-se a Cunha como "o poderoso legislador que orquestrou os esforços para levar ao impeachment da presidente Dilma", o americano New York Times afirmou que o peemedebista agora deve enfrentar as acusações de corrupção, e que Michel Temer, "o homem que está se preparando para assumir o governo", teria sido considerado culpado por violar os limites de financiamento de campanha, o que o deixaria inelegível por oito anos.
Para o jornal, entretanto, os novos capítulos da crise política não devem salvar a presidente do afastamento do governo, mas preocupam pelo fato de colocarem em dúvida a legitimidade de um potencial governo liderado pelo PMDB.
Já a CNN, em sua versão em espanhol, destacou que Cunha, reconhecido por muitos como o arquiteto dos procedimentos para o impeachment de Dilma, ainda pode recorrer da decisão de Teori.
O britânico The Guardian lembrou ainda que, além da liminar da manhã desta quinta-feira, durante a tarde outra acusação contra Eduardo Cunha será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Apresentada pela Rede Sustentabilidade, esta ação alega, entre outros pontos, que Cunha está na linha sucessória da Presidência da República e, por ser réu em processo criminal, não poderia ocupar o comando do país em eventuais afastamentos do titular.
Já a BBC destacou o fato de que o deputado que deve assumir a presidência da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), também é investigado na Lava-Jato.