O instituto Datafolha vai fazer uma pesquisa para medir os efeitos da morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) sobre a disputa presidencial. O resultado da pesquisa deve sair na edição de segunda-feira (18) do jornal Folha de São Paulo, de acordo com o diretor do instituto, Mauro Paulino. A informação é do jornal Valor Econômico.
O levantamento estava previsto para ocorrer na segunda e terça-feira (19), para medir o impacto das entrevistas dos presidenciáveis no Jornal Nacional, da TV Globo, e imediatamente antes de se sentirem os efeitos do horário eleitoral gratuito em rádio e TV, que começa na terça.
A morte de Campos, pela reviravolta que causa na corrida presidencial, antecipou a realização da pesquisa, registrada nesta quarta (13), no Tribunal Superior Eleitoral.
Na eleição presidencial de 2010, quando concorreu pelo Partido Verde, Marina Silva, até então candidata à vice de Eduardo Campos, teve 17,7% dos votos, contra 29,8% do então candidato tucano, José Serra, e 42,9% de Dilma Rousseff.
O Ibope afirma em nota que não é possível fazer qualquer projeção sobre como ficará a corrida presidencial a partir de agora. Segundo o instituto de pesquisas, será necessário esperar a definição do PSB.
A coligação liderada pelo PSB tem até dez dias para indicar quem encabeçará a chapa, e no caso de Marina Silva ser escolhida, o novo candidato a vice.
Morte de Campos
O candidato à presidência da República Eduardo Campos, 49 anos, morreu em acidente aéreo na manhã desta quarta-feira (13), em Santos, no litoral de São Paulo. O jato particular onde o político estava caiu sobre uma área residencial e atingiu três casas. Outras seis pessoas morreram na tragédia.
De acordo com a Aeronáutica, a aeronave era um Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, que havia decolado do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao Aeroporto de Guarujá (SP). Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com o jato.
Nascido em Recife, em 10 de agosto de 1965, Eduardo Henrique Accioly Campos era economista. Em sua trajetória, foi secretário estadual, deputado federal, ministro da Ciência e Tecnologia e governador de Pernambuco por dois mandatos. Em abril deste ano, renunciou ao cargo para concorrer à Presidência, um ano após o seu partido, o PSB, romper com o governo Dilma.
Eduardo Campos era candidato pela coligação Unidos Pelo Brasil, que congregava seis partidos, tendo como vice a ex-senadora Marina Silva. Nas pesquisas, aparecia em terceiro lugar na disputa pelo Palácio do Planalto.
Campos era casado com a economista e auditora do Tribunal de Contas do Estado Renata Campos, com quem teve cinco filhos.