Um dos principais derrotados no primeiro turno, com destaque para a perda de São Paulo, o PSDB sai como principal vencedor do segundo turno, levando três dos 12 dos governos em disputa: Rio Grande do Sul, Pernambuco e Mato Grosso do Sul. Isso apesar de a maior parte das disputas regionais espelhar a acirrada eleição federal entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro.
No Rio Grande do Sul, Eduardo Leite teve 57,12% dos votos válidos, ante 42,88% de Onyx Lorenzoni (PL). A campanha foi marcada pela animosidade e pela troca de acusações, com os candidatos nem se cumprimentando após o debate realizado na Rádio Gaúcha. O tucano buscou certa neutralidade da disputa nacional, apesar de receber o apoio "crítico" do PT.
Há quatro anos, Leite havia obtido 3.128.317 votos na disputa contra José Ivo Sartori (MDB); no domingo (30), teve cerca de 3,69 milhões. A expectativa no início do ano, era que ele buscasse a reeleição. Mas confrontos internos no PSDB, sobretudo com o grupo do ex-governador paulista João Doria, o levaram a renunciar e, posteriormente, a retomar os planos estaduais.
Também Raquel Lyra, em Pernambuco, conseguiu vitória tucana com folga, buscando manter certa neutralidade da disputa entre Lula e Bolsonaro e angariando apoios de todos os lados. Isso permitiu que lideranças de esquerda, rivais a Marília Arraes (SD), se reunissem no seu palanque. Parte do PT, que oficialmente apoiava Marília, esteve com a tucana, assim como a maioria do PSB e alguns políticos da Rede Sustentabilidade. No fim, ela obteve 58,70% dos votos válidos, ante 41,30% de Marília.
— Vamos precisar dar as mãos, não enxergar as cores partidárias, que eventualmente podiam nos dividir, de buscar construir as pontes que Pernambuco tanto sonha entre os municípios, seu povo, entre o Brasil e com o futuro — disse Raquel Lyra.
Em Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel teve 56,90% dos votos válidos, superando o Capitão Contar (PRTB), com 43,10%. Empresário do agronegócio, ele destacou no domingo ter um projeto para o Estado, "de desenvolvimento, distribuição de renda, inclusão e qualificação para pessoas entrarem nas oportunidades oferecidas".
— Agora é arregaçar as mangas — declarou Riedel.
Mas vale registrar que não houve só vitórias para os tucanos: Pedro Cunha Lima teve 47,49% dos votos válidos na Paraíba, perdendo para o governador João Azevêdo (PSB), que teve 52,51% dos votos válidos.
— Obrigado, Paraíba. Obrigado por confirmar que nosso trabalho vai continuar e nosso Estado seguirá avançando, mudando verdadeiramente a vida das pessoas — agradeceu Azevêdo.
Centrão
A exemplo do que se viu no Legislativo, o bloco de partidos do chamado Centrão sai como grande vencedor também das eleições para os governos estaduais. PP, PL e Republicanos terão seis governadores: Gladson Cameli (AC), Antonio Denarium (RR), Wanderlei Barbosa (TO), Jorginho Mello (SC), Cláudio Castro (RJ) e Tarcísio de Freitas (SP).
Por partidos, a maior vitória estadual ficou para o União Brasil, que governará Amazonas (Wilson Lima), Rondônia (Coronel Marcos Rocha), Goiás (Ronaldo Caiado) e Mato Grosso (Mauro Mendes) e para o PT, que governará Bahia (Jerônimo Rodrigues), Ceará (Elmano de Freitas), Piauí (Rafael Fonteles) e Rio Grande do Norte (Fátima Bezerra).
Aparecem na sequência, com três vitórias para o Executivo estadual, MDB (AL, PA e DF), PSDB (PE, RS e MS) e PSB (PB, MA e ES).
O PSD governará Sergipe e Paraná, enquanto o Solidariedade elegeu o chefe do Executivo no Amapá e o Novo teve a reeleição de Zema em Minas. No total, foram reeleitos 18 governadores em 2022.