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A direção nacional do PTB decidiu nesta quarta-feira (26) aprovar a fusão com o Patriota. A união acontece porque as duas siglas não conseguiram atender as exigências da cláusula de barreira, que asfixia o funcionamento de partidos pequenos ao não liberar recursos financeiros e tempo de propaganda para eles. O nome da nova legenda seria Mais Brasil e o número na urna o 25.
O ex-deputado e ex-presidente do PTB Roberto Jefferson não ocupará cargos na nova sigla e não deve estar nem entre os filiados. Para ser oficializada, a fusão ainda precisa ser analisada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A fusão consolida um processo de desidratação do PTB, legenda que originalmente dizia representar o legado trabalhista do ex-presidente Getúlio Vargas, mas que no período da redemocratização passou a ser dominada pelo ex-deputado Roberto Jefferson, que foi o delator do mensalão do PT e nos últimos anos passou a atacar o Poder Judiciário e incentivar o armamento civil.
No caso mais recente, Jefferson chegou a ofender a ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmen Lúcia, além de jogar granadas e desferir tiros de fuzil nos policiais federais que cumpriam uma ordem de prisão contra ele.
Para fechar o acordo, o Patriota exigiu que Jefferson não tenha nenhum cargo na executiva nacional do novo partido e nem comande nenhum diretório estadual.
Segundo o presidente estadual do PTB-RS, Elizandro Sabino o nome da nova legenda, caso a união seja deferida pelo TSE, será Mais Brasil, e o número na urna o 25.
— Foram um nome e número pensados pelas executivas nacionais e colégio de presidentes — disse a GZH o deputado estadual.
A divisão dos comandos dos diretórios estaduais ainda não foi feita, mas a tendência é que o grupo do Patriota, por ter conseguido eleger mais deputados, tenha a preferência pelos principais cargos, inclusive a presidência nacional.
Apostas da legenda, como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, e Cristiane Brasil, filha de Jefferson, não conseguiram ser eleitos deputados. O ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB) também não teve sucesso na disputa pelo governo de Alagoas e o senador Roberto Rocha (PTB-MA) não conseguiu ser reeleito.
Pela cláusula de barreira, os partidos precisam eleger ao menos 11 deputados federais distribuídos em nove Estados ou ter no mínimo 2% dos votos válidos para a Câmara no mesmo número de unidades da federação. A fusão entre PTB e Patriota atende ao segundo critério e dá uma sobrevida aos partidos.
Apesar de ter conseguido uma bancada maior que o PTB, com quatro deputados eleitos, o Patriota sempre foi um partido nanico. A sigla já negociou, em 2017 e 2021, a filiação do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas o plano nunca foi concretizado porque sempre esbarrava na resistência de entregar o comando de diretórios a aliados do presidente. No ano passado, a briga entre a ala a favor e contra a filiação resultou em um racha no grupo e na destituição de Adilson Barroso da presidência do Patriota, que entrou no PL e concorreu a deputado federal neste ano, mas não foi eleito.