O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, minimizou nesta quinta-feira (13) a composição do Congresso Nacional a partir de 2023, que será predominantemente conservador e de direita. Ele disse que, se eleito, conversará com todos os deputados independentemente do partido.
— Quando eu for conversar com deputados vou conversar independentemente do partido que ele pertence, com respeito à votação que ele teve. Um cara de direita, o voto dele não é inferior a um cara de esquerda — afirmou aos jornalistas durante sua visita a Aracaju (SE).
Lula voltou a dizer que, se eleito, pretende colocar em prática o chamado "orçamento participativo". Segundo ele, esse aparato servirá para melhorar a relação do governo com a sociedade e destinar recursos em projetos considerados prioridades pela população.
— Agora fica mais fácil o orçamento participativo porque o mundo digital permite que faça isso (...) A gente vai elaborar o orçamento e depois a gente vai mostrar, antes de apresentar ao Congresso, ver com que através da internet, quem quiser dar palpite no orçamento, dê. E a gente vai incluir de acordo com as necessidades das pessoas, a obra que as pessoas quer que faça (sic), onde vai investir dinheiro — explicou.
— Se a gente fizer isso, a gente vai conversar com os deputados e eu gosto de conversar — emendou.
Lula apresenta dados
Lula afirmou também que desde o início do segundo turno, passou a priorizar, durante suas passagens por diferentes Estados, a apresentação de números de obras e projetos realizados nas gestões do PT. De acordo com ele, o seu adversário, o presidente Bolsonaro, tem "mentido muito" sobre ações promovidas em diferentes regiões do país.
— O atual presidente tem mentido muito, já cheguei a Estado que ele tem distribuído panfleto que ele tem feito tal coisa, e muitas vezes ele não tem feito nada. Ele mente pensando que as pessoas são bobas e ele tenta enganar. Eu então resolvi, desde que começou o segundo turno, a levar para cada Estado que vou, para cada cidade, os números que nós deixamos — afirmou à imprensa durante sua passagem por Aracaju.
Durante o seu pronunciamento, Lula questionou os jornalistas se eles conheciam alguma obra concluída por Bolsonaro em Sergipe. Em crítica ao atual presidente, o petista afirmou que o que Bolsonaro fez "foi concluir aquilo que Dilma (Rousseff) não conseguiu concluir antes do golpe".
— Um dia a gente tem que fazer comparações entre governos, quem fez o que — afirmou.
Após a coletiva, o ex-presidente participou de uma caminhada ao lado do senador Rogério Carvalho (PT), que disputa o segundo turno na corrida pelo governo de Sergipe, contra o candidato do PSD, Fábio Mitidieri.
A campanha de Lula decidiu que o petista só visitará Estados fora do Sudeste onde há aliados no segundo turno. Na quarta (12) ele esteve na Bahia, onde o candidato do PT, Jerônimo Rodrigues, disputa contra ACM Neto (União Brasil). Nesta tarde ele estará em Alagoas ao lado do governador Paulo Dantas (MDB), que concorre à reeleição contra Rodrigo Cunha (União Brasil). Dantas foi afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por suposto esquema de corrupção no gabinete enquanto era deputado estadual, em 2017.