Em mais um aceno às mulheres diante do apoio da senadora Simone Tebet (MDB) ao seu nome para a Presidência da República, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, mais uma vez, a igualdade salarial entre gêneros. De acordo com Lula, é preciso fazer valer a Constituição do Brasil. Na tarde desta quarta-feira (12), o candidato petista realizou atos de campanha em Salvador, na Bahia.
— Falta só regulamentar. As nossas mulheres querem receber os mesmos salários quando fazem o mesmo trabalho que os homens. É preciso que nós, de uma vez por todas, entendamos que a mulher não é objeto de cama e mesa, não é um ser de segunda categoria. A mulher tem o direito de ser tratada com decência — declarou
Após o apoio público de Tebet à sua candidatura, Lula intensificou o discurso em prol das mulheres. No evento de hoje, ele afirmou que os homens precisam "evoluir" e compartilhar as tarefas domésticas com as mulheres.
— A mulher tem dupla, tripla jornada. Ela tem muitas funções que por vezes não compreendemos — disse.
Se referindo ao atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), que disputa com Lula no segundo turno, ele criticou o atual chefe do Executivo por comer uma picanha que, segundo o petista, custava R$ 1.200.
— Enquanto nossas mulheres estão indo no açougue pegar osso ou carcaça de frango para comer — complementou.
Lula também prometeu fazer uma "política tributária progressiva", caso eleito.
— Nós vamos ter que fazer uma política tributária correta. Não é possível que um trabalhador que vai comprar um quilo de feijão pague o mesmo imposto que paga o presidente do Santander naquele quilo de feijão — falou.
O ex-presidente reiterou a proposta de seu programa de governo de aumentar a isenção do imposto de renda para trabalhadores que ganham salários de até R$ 5 mil. A isenção também chegou a ser proposta por Bolsonaro ainda em 2018, mas não foi cumprida.
— Tem muita gente ganhando pouco e muitos poucos ganhando muito. Nós temos uma pessoa que exerce o cargo na Presidência que nunca se reuniu com sindicalistas, que nunca se reuniu com ninguém do movimento de mulheres, que nunca se reuniu com prefeitos e governadores — enfatizou o ex-presidente, reforçando críticas ao atual governo, que classificou como ausente.
Seguindo no discurso a favor do diálogo, Lula afirmou que "nenhum país pode ser rico se a prefeitura é pobre".
— É na cidade que aparece o problema do povo, é na cidade que está o problema da educação, do transporte, da fome e do emprego — elencou.
Nas considerações finais, o petista declarou que irá ganhar as eleições "porque a gente não tem governo".