Um ato suprapartidário de apoio à candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ocorrerá nesta quinta-feira (13), às 19h, no auditório da Fetrafi-RS, no centro de Porto Alegre. O objetivo é integrar à campanha de Lula no Rio Grande do Sul os partidos que já eram aliados, mas ficaram afastados no primeiro turno por querelas locais, como o PSB, e também agregar novos apoiadores, caso do PDT.
O candidato petista não estará presente no ato, que será voltado a lideranças regionais. Ainda não há data prevista para a vinda dele ao Estado no segundo turno. Articuladores gaúchos de Lula intensificaram contatos com prefeitos e vereadores do PSDB e do MDB, mas o apoio público e individual de lideranças dessas siglas ainda não deve vir publicamente neste momento.
— É um ato para criar maior engajamento e unificar a campanha entre todos que definiram ajudar o Lula. Estamos tratando com nomes do MDB e do PSDB, temos um processo de costura forte, mas alguns ainda não sabem se é hora de se expor — afirma Ary Vanazzi (PT), prefeito de São Leopoldo e um dos organizadores do ato.
Vanazzi foi escalado para contatar lideranças municipais de outros partidos por já ter presidido a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), o que ampliou sua rede de contatos pelo Interior. Os relatos são de que alguns prefeitos e vereadores do PSDB e MDB admitem votar em Lula no segundo turno em conversas reservadas, mas permanecem receosos de defender isso publicamente pelo histórico de rivalidade entre o PT e os emedebistas e tucanos no Rio Grande do Sul.
Nos bastidores, o sonho da campanha regional de Lula é contar com o apoio da prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB), mas o diálogo enfrenta dificuldades. Um entrave à aliança informal, que seria de unidade pontual contra o bolsonarismo, é a proximidade de Paula com o ex-governador e candidato à reeleição Eduardo Leite (PSDB). Embora precise dos votos do PT no segundo turno contra Onyx Lorenzoni (PL), Leite evita movimentos em direção à esquerda para preservar sua fatia de votos entre o eleitorado de direita.
No ato desta quinta-feira, uma presença confirmada é a do PDT gaúcho. A sigla concorreu no primeiro turno com Ciro Gomes (PDT) e, depois, decidiu por unanimidade apoiar Lula contra o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).
— Cabe ao partido não se omitir neste momento. O que está em jogo é algo muito maior, é a dignidade do povo brasileiro. É um apoio total porque queremos derrotar Bolsonaro. Esquecemos qualquer divergência do passado (com o PT) em nome de algo maior — afirma a deputada estadual Juliana Brizola (PDT), que estará no ato.
O PSB indicou o ex-governador paulista Geraldo Alckmin a vice-presidente na chapa de Lula, mas desacertos locais fizeram a sigla lançar candidato próprio ao Palácio Piratini. Com isso, no primeiro turno, o PSB teve pouco ou nenhum envolvimento com a mobilização em favor de Lula. Agora, a legenda vai se integrar e estará no ato.
Uma das presenças aguardadas é a do prefeito em exercício de Canoas, Nedy de Vargas Marques (Avante). Embora a sigla dele seja aliada de Lula desde o primeiro turno, o possível envolvimento maior de Marques na campanha é visto como importante por comandar a prefeitura da terceira maior cidade gaúcha.
No primeiro turno da eleição presidencial, Bolsonaro obteve 48,89% dos votos válidos no Rio Grande do Sul, ante 42,28% de Lula. O objetivo dos aliados do ex-presidente é, ao menos, encurtar a diferença, que foi de 438,3 mil na etapa inicial do pleito.
A campanha de Lula está organizando outro ato político, para 20 de outubro, com a intenção de reunir prefeitos dos partidos que estão apoiando o petista.