O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, afirmou na quarta-feira (12) que, se depender dele, o ministro da Economia, Paulo Guedes, deve permanecer no governo num eventual segundo mandato. A declaração foi dada em entrevista gravada para a TV Alterosa, concedida ao lado do governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Na ocasião, o presidente ainda disse que comparecerá a "todos os debates" eleitorais.
— Não está previsto sair ninguém, a não ser que queira sair. Paulo Guedes fica. Ele foi um dos melhores ministros da Economia do mundo, levando-se em conta inclusive a questão da pandemia — disse Bolsonaro, emendando que Guedes é o "nosso Pelé" na economia.
— Então por mim ele continua. Eu não sei se pela idade, se ele quer continuar. Ele ou outro. No momento nenhum ministro falou que quer deixar o governo numa possível reeleição minha — continuou.
Na entrevista, Bolsonaro repetiu ainda estar no "radar" a recriação do Ministério de Indústria, Comércio Exterior e Serviços caso seja reeleito, ideia que, segundo ele, foi lançada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e já estaria acertada com Guedes. O eventual futuro ministro da pasta poderia ser um mineiro, indicou o candidato.
— E eu falei que esse ministro, como foi da Agricultura, Tereza Cristina, seria indicado pelos órgãos interessados. Então pode sair daqui o futuro ministro mineiro caso eu seja reeleito. É um ministério muito importante, já acertei com o Paulo Guedes, porque ele absorveu esse ministério nas fusões. Ele abriria mão disso e esse ministério voltaria a funcionar. Com toda a certeza, não quero adiantar, seria um mineiro — disse.
Ao falar dos preços do petróleo e do impacto nos combustíveis, Bolsonaro voltou a criticar os governos petistas sobre os projetos para refino e afirmou que pretende construir refinarias junto à iniciativa privada.
— Temos tido contato e pretendemos, sim, junto à iniciativa privada, fazer refinarias, mas isso leva aproximadamente cinco anos para nós fazermos — disse.
Minas Gerais
Bolsonaro cumpriu agenda em Minas Gerais durante esta quarta ao lado de Zema. No primeiro turno, o presidente recebeu menos votos no Estado do que o adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do país, atrás somente de São Paulo. Na entrevista à TV Alterosa, ele classificou o apoio do governador reeleito como "fundamental" para "virar o jogo" no Estado.