Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PT) cumpriram suas respectivas agendas de campanha nesta quarta-feira (19), faltando 11 dias para o segundo turno das eleições presidenciais — que será realizado em 30 de outubro. Enquanto o petista se encontrou com evangélicos e, depois, com os porto-alegrenses, o candidato à reeleição se reuniu com prefeitos e participou de um podcast.
Confira, a seguir, como foi a quarta-feira dos dois concorrentes ao Planalto — na ordem do resultado das urnas no primeiro turno.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Pela manhã, o petista esteve em São Paulo, onde encontrou lideranças de igrejas evangélicas. Na ocasião, foi lida uma carta de Lula ao eleitorado evangélico, em que o candidato critica o uso eleitoral da fé, defende a liberdade religiosa e reforça ser contra o aborto. A leitura do documento foi feita por Gilberto Carvalho, ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Um pastor fez uma oração na abertura do encontro e, antes de Lula discursar, um menino orou pelo petista.
Lula, na ocasião, ainda atacou as falsas acusações que fazem contra ele e afirmou que "só pode ter saído da cabeça de satanás a história do banheiro unissex". O petista ainda se emocionou ao falar da família e afirmou que, para ele, "é uma coisa sagrada" e que se sente "ofendido" quando as pessoas colocam em dúvida o seu respeito à família. Disse ainda não considerar pastor "um pastor que conta mentiras".
— Um pastor não pode ir para a igreja fazer política. Se um padre quiser fazer política, ele que faça política, mas não tire proveito do altar para fazer política. Saia, vá para a rua fazer política — afirmou.
Na parte da tarde, Lula viajou para o Rio Grande do Sul. Por volta das 15h, o petista participou de uma coletiva de imprensa no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre, onde prometeu paridade salarial entre homens e mulheres, além de prestar solidariedade a Seu Jorge, vítima de racismo na Capital. Depois, o petista partiu para uma caminhada com apoiadores, que saiu do Largo dos Açorianos em direção à Praça da Matriz.
Ao subir no trio elétrico em frente ao Palácio Piratini, o ex-presidente abordou pautas tradicionais em seus discursos, trouxe para o público os assuntos que foram tratados na coletiva de imprensa e prometeu voltar a investir em educação e, também, retomar o Minha Casa, Minha Vida. No final de seu discurso, ele ainda fez um apelo ao seu eleitorado.
— Vocês não podem permitir que Onyx (Lorenzoni) seja governador. Não podem permitir que a extrema-direita governe este Estado — disse, sem mencionar o nome de Eduardo Leite (PSDB), adversário do candidato do PL.
Jair Bolsonaro (PL)
Nesta quarta-feira, Bolsonaro ficou em Brasília, onde cumpriu compromissos referentes à Presidência da República, encontrando-se com Bruno Bianco Leal, advogado-geral da União, e com Carlos França, ministro das Relações Exteriores. Além disso, o candidato à reeleição participou de um encontro com prefeitos da Confederação Nacional dos Municípios, no Palácio da Alvorada.
Na ocasião, recebeu apoio de alguns representantes da organização de municípios, que lhe entregaram uma carta com pedidos e propostas para um eventual segundo mandato. Aos prefeitos, Bolsonaro pediu uma "força especial" para o segundo turno das eleições e afirmou que na "ponta da linha" os gestores locais têm "crédito junto à população".
— Não existe, da nossa parte, um projeto de poder — disse Bolsonaro. — Eu sonho lá na frente, bem na frente, entregar o Brasil melhor para quem vier me suceder numa votação democrática, transparente, e eu possa ir para a praia usufruir.
Bolsonaro ainda repetiu que, em 2023, caso reeleito, manterá o Auxílio Brasil no valor de R$ 600 e também continuará com os impostos federais dos combustíveis zerados. O candidato do PL ainda participou do podcast CD Talks, do site O Antagonista, no qual disse que enxerga uma "potencialização da censura" por conta das eleições e defendeu que a disseminação de informações falsas não gere punição.
— Há uma potencialização da censura, no meu entender, por conta das eleições. O que transparece para a gente, não posso afirmar, é que por parte de alguns do Judiciário há um interesse por um candidato, tanto é que censura, desmonetização, derrubada de página só acontece do nosso lado — afirmou, fazendo também críticas ao Supremo Tribunal Federal e projetando que, caso reeleito, possa vir a conversar reservadamente com a presidente da Casa, ministra Rosa Weber, que avalia ter uma "posição ideológica bastante à esquerda".