Os serviços de resgate de Gaza reportaram, neste domingo (5), 23 mortes causadas por bombardeios israelenses no território palestino, onde o Exército afirmou ter atingido mais de "100 alvos terroristas", apesar da retomada das negociações de trégua.
As negociações indiretas entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas acabaram de ser retomadas no Catar, com o objetivo de obter um cessar-fogo e a libertação dos reféns ainda mantidos na Faixa de Gaza.
Enquanto espera-se um possível acordo, a violência vem aumentando há vários dias no território palestino sitiado, devastado por quase 15 meses de guerra.
De acordo com a Defesa Civil de Gaza, pelo menos 11 pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram mortas em um bombardeio aéreo no norte que atingiu uma casa durante a madrugada.
"Os socorristas seguem procurando por cinco pessoas presas sob os escombros", disse o porta-voz da agência, Mahmud Basal, que acusou Israel de bombardear "casas onde dezenas de pessoas deslocadas estão abrigadas".
Outros bombardeios israelenses em diferentes partes da Faixa de Gaza mataram 12 pessoas, de acordo com os serviços de emergência locais.
O Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas, cujos dados a ONU considera confiáveis, anunciou no domingo que pelo menos 88 pessoas haviam sido mortas nas últimas 24 horas em Gaza.
O Exército israelense afirmou ter atingido "mais de 100 alvos terroristas em toda a Faixa de Gaza e eliminado dezenas de terroristas do Hamas" na sexta-feira e no sábado.
Vários dos locais atacados foram usados por combatentes palestinos para disparar projéteis contra Israel nos últimos dias, disse em comunicado.
- Advertência ao Hezbollah -
Israel afirma que vem sofrendo ataques quase diariamente há mais de uma semana, embora os disparos sejam menos frequentes do que no início da guerra, desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelense em 7 de outubro de 2023.
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ameaçou na quarta-feira intensificar os ataques ao território palestino se o grupo islamista continuasse disparando foguetes contra seu país.
Katz acusou o movimento libanês Hezbollah de não cumprir os termos de um acordo de cessar-fogo que entrou em vigor em 27 de novembro, e advertiu que seu país poderia agir "com força".
O ministro disse que os combatentes do Hezbollah ainda não haviam se retirado para o norte do rio Litani, no sul do Líbano, a cerca de 30 quilômetros da fronteira israelense, e que isto poderia representar um risco para a população de Israel.
Desde o início do cessar-fogo, os dois lados acusam-se de repetidas violações.
Em Doha, até o momento não há notícias em relação às negociações sobre Gaza, onde nenhuma trégua foi alcançada desde novembro de 2023, apesar dos esforços diplomáticos liderados por Catar, Egito e Estados Unidos.
Em 7 de outubro de 2023, combatentes islamistas mataram 1.208 pessoas no sul de Israel, a maioria civis, de acordo com uma avaliação da AFP baseada em números oficiais israelenses.
A campanha de retaliação de Israel em Gaza matou 45.805 pessoas, também em sua maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do território.
* AFP