A candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva costurou novos apoios para o segundo turno das eleições presidenciais nesta quarta-feira (5). Durante a tarde, foi realizada uma coletiva de imprensa, em São Paulo, que reuniu o presidente do PDT, Carlos Lupi, e o candidato do PT, para falar sobre o apoio da legenda ao petista.
A senadora e terceira colocada no primeiro turno do pleito, Simone Tebet (MDB), almoçou com o petista nesta quarta. Depois, ela fez pronunciamento declarando apoio a Lula. O governador reeleito do Pará, Helder Barbalho, do MDB, também assumiu posicionamento favorável ao petista.
Na coletiva que reuniu o PT e o PDT, Lupi e Lula relembraram o líder trabalhista Leonel Brizola e a história comum dos dois partidos dentro do trabalhismo. O candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, não compareceu ao evento. Na terça-feira (4), ele declarou respeitar a decisão do partido, sem citar o nome de Lula.
— Eu conheço bem o Ciro Gomes, ele foi meu ministro, nós almoçamos juntos, bebemos juntos, jogamos bola juntos — afirmou Lula, sobre a antiga relação com o pedetista.
Ele afirmou que, durante a disputa eleitoral, às vezes os candidatos fazem "coisa que a gente não faz na vida normal".
— Acho que o PDT e o Ciro valem muito mais do que os votos que tiveram. Vale pela história, pelo compromisso, pela luta, pelas coisas que já fizeram pelo Brasil — afirmou o petista.
O presidente do PDT destacou que, pela história da legenda, não teria como o partido ficar ao lado de Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno.
— Bolsonaro representa tudo o que a gente lutou a vida inteira contra. Eu falei ontem (terça-feira) e repito, nós somos o partido dos torturados, dos cassados e dos exilados. Jamais estaríamos ao lado dos torturadores — afirmou Lupi.
Apoios a Lula
Antes da coletiva, Lula havia se reunido com Simone Tebet em um almoço na casa de Marta Suplicy. Durante seu pronunciamento, à tarde, ela relembrou a falta de medidas de combate a pandemia do governo Bolsonaro e declarou a Lula seu apoio no segundo turno das eleições presidenciais.
A senadora, que atuou na CPI da Covid, ainda afirmou que conversou sobre cinco propostas que pretende ver assumidas pela chapa de Lula e Geraldo Alckmin.
— O Brasil voltou ao mapa da fome, o orçamento antes público, tornou-se secreto. Por tudo isso, ainda que mantenha as críticas ao candidato Lula, que chamou para si o voto útil, o que é legítimo, mas sem apresentar suas propostas para os reais problemas do Brasil, depositarei nele o meu voto, porque reconheço no candidato Lula o seu compromisso com a democracia e a Constituição, que desconheço no atual presidente — declarou Tebet.
Também nesta quarta-feira, o governador reeleito do Pará, com mais de 70% dos votos válidos no primeiro turno, Helder Barbalho declarou apoio a Lula. Ele saudou a "missão cumprida" pela colega de partido Simone Tebet e afirmou que "o MDB está disposto a colaborar com o Brasil".
— Feliz presidente de estar aqui ao seu lado na certeza de que o que nos une é o Brasil. Este projeto de nação para que nós possamos assegurar um modelo de desenvolvimento deste país que garanta distribuição de renda, que garanta justiça social — disse Barbalho.