Passado o primeiro turno das eleições 2022, os dois candidatos mais votados, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), começaram a buscar alianças para alavancarem suas candidaturas na segunda etapa da disputa pela Presidência da República.
Confira, abaixo, quem já declarou apoio a Lula
Fernando Henrique Cardoso
O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso declarou, nesta quarta-feira (5), apoio a Lula no segundo turno das eleições. O anúncio foi feito por meio das redes sociais.
A publicação é acompanhada de duas fotos de FHC com o petista, uma antiga, de quando disputaram eleições um contra o outro, e uma atual, de um encontro no ano passado. "Neste segundo turno voto por uma história de luta pela democracia e inclusão social. Voto em Luiz Inácio Lula da Silva", escreveu.
José Serra
Senador por São Paulo e candidato derrotado na disputa por uma vaga na Câmara nas eleições 2022, José Serra, do PSDB, oficializou apoio ao ex-presidente Lula no segundo turno. Os dois foram rivais no pleito de 2002, quando o petista conquistou o primeiro mandato como presidente.
Ao mesmo tempo, Serra declarou apoio a Tarcísio de Freitas (Republicanos) na disputa ao governo de São Paulo. Tarcísio é o candidato de Bolsonaro no Estado e disputa o segundo turno contra Fernando Haddad (PT).
Tasso Jereissati
Outro tucano a declarar apoio a Lula é o ex-presidente do PSDB e senador pelo Ceará, Tasso Jereissati. Após ter ficado ao lado de Simone Tebet (MDB) no primeiro turno, Tasso declarou que na segunda etapa do pleito está com o petista.
— Minha posição é Lula. Evidente que o partido tem que discutir alguns pontos com a equipe dele, mas o que está em jogo para nós é a democracia, e a democracia acima disso tudo. E esperando que Lula se comprometa com um governo de pacificação — disse.
PDT e Ciro Gomes
Em coletiva de imprensa, o PDT anunciou que irá apoiar Lula no segundo turno. O anúncio foi feito pelo presidente nacional do partido, Carlos Lupi, após reunião da executiva da legenda.
— Tomamos uma decisão unânime de apoiar o mais próximo da gente, que é a candidatura do Lula — disse, afirmando que Ciro Gomes, ex-candidato do partido, apoiaria "integralmente" a decisão.
Ciro, que ficou em quarto lugar no primeiro turno, anunciou logo em seguida que "acompanha a decisão do partido":
— Frente às circunstâncias, é a última saída. Lamento que a trilha democrática tenha se afunilado a ponto que reste aos brasileiros duas opções, ao meu ver, insatisfatórias — afirmou.
Cidadania
O Cidadania anunciou apoio a Lula após uma reunião da executiva da legenda. No primeiro turno, o partido esteve ao lado de Simone Tebet.
— O partido decidiu pelo apoio ao candidato do PT no segundo turno. Uma decisão que foi quase por unanimidade. Tivemos três votos defendendo neutralidade. E unanimidade contra Bolsonaro. Ele, nesses quatro anos, demonstrou o seu total desrespeito às instituições democráticas. Por causa de todo esse risco, vamos votar no número 13 — declarou Roberto Freire, presidente do partido.
Helder Barbalho
O governador reeleito do Pará, Helder Barbalho (MDB) declarou, nesta quarta-feira (5), apoio ao ex-presidente Lula no segundo turno das eleições presidenciais. Em publicação nas redes sociais do petista, Barbalho aparece de mãos dadas com o candidato à Presidência.
Simone Tebet
A senadora e candidata à Presidência da República pelo MDB, Simone Tebet, anunciou apoio ao ex-presidente na tarde desta quarta-feira (5). Antes do pronunciamento no qual oficializou sua posição, a emedebista havia almoçado com o petista na casa de Marta Suplicy — Lula não esteve no anúncio oficial.
Ainda na terça-feira (4), Tebet já havia se encontrado com o candidato a vice na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB). Simone ficou em terceiro lugar na disputa ao Planalto, com cerca de 5 milhões de votos.
A emedebista destacou, em seu pronunciamento, que criticou os dois candidatos durante a campanha eleitoral, mas afirmou que "o que está em jogo é muito maior do que cada um de nós".
Pedro Malan, Armínio Fraga, Edmar Bacha e Persio Arida
Os economistas Pedro Malan, Armínio Fraga, Edmar Bacha e Persio Arida, considerados essenciais no sucesso da implantação do Plano Real, divulgaram nota conjunta de voto no candidato do PT.
"Nossa expectativa é de condução responsável da economia", afirmaram, na nota, que não traz mais detalhes sobre o raciocínio que embasou a decisão do voto.
Malan foi ministro da Fazenda durante o governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), além de presidente do Banco Central (BC) no governo Itamar Franco. Fraga foi presidente do BC no segundo mandato de FHC. Edmar Bacha participou da implantação do Plano Real. Arida foi presidente do BC e do BNDES no governo FHC.
Celso Lafer
Celso Lafer, ex-chanceler do governo de FHC e professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), decidiu declarar seu apoio no segundo turno à candidatura dos petistas Lula, para a Presidência, e Fernando Haddad, ao governo de São Paulo.
Lafer considera que os dois candidatos "são a inequívoca expressão do campo democrático, que é o meu, no momento atual do Brasil e de suas circunstâncias". O ex-chanceler é mais um ex-ministro de FHC que se junta ao ex-presidente e credita sua escolha em razão da defesa da democracia para se opor à reeleição de Bolsonaro.
Líderes do PSD
Líderes do Partido Social Democrático (PSD) anunciaram nesta quinta-feira (6) apoio ao candidato petista no segundo turno das eleições. O partido decidiu, no início da semana, não aderir às campanhas de Lula ou de Bolsonaro, e liberou os filiados a declarar apoios por conta própria.
Ao lado de Lula, estiveram o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, os senadores Alexandre Silveira (MG), Carlos Fávaro (MT) e Otto Alencar (BA), e os deputados federais Marcelo Ramos (AM) e Pedro Paulo (RJ), além de outros parlamentares eleitos pelo Rio de Janeiro. O senador Otto Alencar falou em nome do PSD e do diretório estadual da Bahia, afirmou que a lista de apoiadores ainda pode crescer:
— Vamos trabalhar para ampliar esse apoio em outros Estados, temos conversado com vários companheiros. Nossa posição é muito clara, sabendo que a eleição do presidente Lula vitoriosa é o resgate da cidadania, da democracia, do Estado Democrático de Direito — disse.
Kátia Abreu
A ex-ministra da Agricultura do governo Dilma e senadora Kátia Abreu (PP-TO) declarou apoio à eleição do ex-presidente Lula. Em vídeo divulgado na sua conta oficial do Twitter, que ela classifica como "alerta ao agronegócio brasileiro", Kátia diz que o voto em Lula é pragmático e não se trata de uma questão ideológica.
— A nossa perda de credibilidade na comunidade internacional chegou ao limite. Somos considerados um país irresponsável no que diz respeito às mudanças climáticas. Peço a você que leia o que está escrito lá fora sobre o governo de Jair Bolsonaro e o Brasil. Votar no Lula não é uma ameaça às nossas fazendas e aos nossos negócios. Nesse momento, só ele pode conseguir reverter essa situação caótica junto à União Europeia — afirmou Kátia, que hoje é presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.