Depois das eleições de domingo (2), quando ficou decidido que haveria um segundo turno para escolher o próximo presidente da República, os dois candidatos mais votados, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), começaram a buscar alianças para alavancarem suas candidaturas junto a novos eleitores para a disputa final do pleito.
Assim, ambos passaram a conversar com partidos que não avançaram na briga pelo Palácio do Planalto, com políticos eleitos nos Estados e, também, com personalidades importantes nacionalmente. Lula e Bolsonaro esperam, com uma rede de apoio mais ampla, conquistar os votos que ainda faltam.
Quem já declarou apoio a Lula
Fernando Henrique Cardoso
O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso declarou, na quarta-feira (5), apoio a Lula no segundo turno das eleições. O anúncio foi feito por meio das redes sociais.
A publicação é acompanhada de duas fotos de FHC com o petista, uma antiga, de quando disputaram eleições um contra o outro, e uma atual, de um encontro no ano passado. "Neste segundo turno voto por uma história de luta pela democracia e inclusão social. Voto em Luiz Inácio Lula da Silva", escreveu.
José Serra
Senador por São Paulo e candidato derrotado na disputa por uma vaga na Câmara nas eleições 2022, José Serra, do PSDB, oficializou apoio ao ex-presidente Lula no segundo turno. Os dois foram rivais no pleito de 2002, quando o petista conquistou o primeiro mandato como presidente.
Ao mesmo tempo, Serra declarou apoio a Tarcísio de Freitas (Republicanos) na disputa ao governo de São Paulo. Tarcísio é o candidato de Bolsonaro no Estado e disputa o segundo turno contra Fernando Haddad (PT).
Tasso Jereissati
Outro tucano a declarar apoio a Lula é o ex-presidente do PSDB e senador pelo Ceará, Tasso Jereissati. Após ter ficado ao lado de Simone Tebet (MDB) no primeiro turno, Tasso declarou que na segunda etapa do pleito está com o petista.
— Minha posição é Lula. Evidente que o partido tem de discutir alguns pontos com a equipe dele, mas o que está em jogo para nós é a democracia, e a democracia acima disso tudo. E esperando que Lula se comprometa com um governo de pacificação — disse.
PDT e Ciro Gomes
O PDT anunciou que irá apoiar Lula no segundo turno das eleições presidenciais. O anúncio foi feito pelo presidente nacional do partido, Carlos Lupi, após reunião da executiva da legenda.
— Tomamos uma decisão unânime de apoiar o mais próximo da gente, que é a candidatura do Lula — disse, afirmando que Ciro Gomes, ex-candidato do partido, apoiaria "integralmente" a decisão.
De fato, Ciro, que ficou em quarto lugar no primeiro turno das eleições no domingo, anunciou logo em seguida que "acompanha a decisão do seu partido" de apoiar Lula no segundo turno da disputa presidencial.
Em um vídeo publicado em suas redes sociais, sem citar o nome de Lula ou de seu partido, o pedetista afirmou que a decisão foi crítica:
— Frente às circunstâncias, é a última saída. Lamento que a trilha democrática tenha se afunilado ao ponto que reste aos brasileiros duas opções, a meu ver, insatisfatórias — disse.
Cidadania
O partido Cidadania anunciou apoio a Lula no segundo turno da disputa pela Presidência da República após reunião da executiva da legenda.
— O partido decidiu pelo apoio ao candidato do PT no segundo turno. Uma decisão que foi quase por unanimidade. Tivemos três votos defendendo neutralidade. E unanimidade contra Bolsonaro. Ele, nesses quatro anos, demonstrou o seu total desrespeito às instituições democráticas. Por causa de todo esse risco, vamos votar no número 13 — declarou Roberto Freire, presidente do partido.
Simone Tebet
A senadora e candidata à Presidência da República pelo MDB, Simone Tebet, anunciou apoio ao ex-presidente na tarde de quarta-feira (5). Antes do pronunciamento no qual oficializou sua posição, que teve início às 16h, a emedebista havia almoçado com o petista na casa de Marta Suplicy — Lula não esteve no anúncio oficial.
Ainda na terça-feira (4), Tebet já havia se encontrado com o candidato a vice na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB). Os dois chegaram a tirar foto juntos. Simone ficou em terceiro lugar na disputa ao Planalto, com cerca de 5 milhões de votos.
A emedebista destacou, em seu pronunciamento, que criticou os dois candidatos durante a campanha eleitoral, mas afirmou que "o que está em jogo é muito maior do que cada um de nós".
Pedro Malan, Edmar Bacha , Persio Arida e Armínio Fraga
Os economistas Pedro Malan, Armínio Fraga, Edmar Bacha e Persio Arida, considerados essenciais no sucesso da implantação do Plano Real, divulgaram nota conjunta de voto no candidato do PT.
"Nossa expectativa é de condução responsável da economia", afirmaram, na nota, que não traz mais detalhes sobre o raciocínio que embasou a decisão do voto.
Malan foi ministro da Fazenda durante o governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), além de presidente do Banco Central (BC) no governo Itamar Franco. Fraga foi presidente do BC no segundo mandato de FHC. Edmar Bacha participou da implantação do Plano Real. Arida foi presidente do BC e do BNDES no governo FHC.
Celso Lafer
Celso Lafer, ex-chanceler do governo de FHC e professor emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), decidiu declarar seu apoio no segundo turno à candidatura dos petistas Lula, para a Presidência, e Fernando Haddad, ao governo de São Paulo.
Lafer considera que os dois candidatos "são a inequívoca expressão do campo democrático, que é o meu, no momento atual do Brasil e de suas circunstâncias". O ex-chanceler é mais um ex-ministro de FHC que se junta ao ex-presidente e credita sua escolha em razão da defesa da democracia para se opor à reeleição de Bolsonaro.
Líderes do PSD
Líderes do Partido Social Democrático (PSD) anunciaram na quinta-feira (6) apoio ao candidato petista no segundo turno das eleições. O partido decidiu, no início da semana, não aderir às campanhas de Lula ou do candidato Bolsonaro, e liberou os filiados a declarar apoios por conta própria.
Ao lado de Lula, estiveram o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, os senadores Alexandre Silveira (MG), Carlos Fávaro (MT) e Otto Alencar (BA), e os deputados federais Marcelo Ramos (AM) e Pedro Paulo (RJ), além de outros parlamentares eleitos pelo Rio de Janeiro. O senador Otto Alencar falou em nome do PSD e do diretório estadual da Bahia, afirmou que a lista de apoiadores ainda pode crescer:
— Nós vamos trabalhar para ampliar esse apoio em outros Estados, temos conversado com vários companheiros. Nossa posição é muito clara, sabendo que a eleição do presidente Lula vitoriosa é o resgate da cidadania, da democracia, do Estado Democrático de Direito — disse.
Neste domingo (9), o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), também declarou apoio à campanha do ex-presidente da República. Em encontro com o candidato à Presidência no Cine Belas Artes, na região Centro-Sul da capital mineira, ele disse esperar que a cidade dê uma votação expressiva para ele nesta etapa decisiva da corrida presidencial.
Kátia Abreu
A ex-ministra da Agricultura do governo Dilma e senadora Kátia Abreu (PP-TO) declarou apoio à eleição do ex-presidente Lula. Em vídeo divulgado na sua conta oficial do Twitter, que ela classifica como "alerta ao agronegócio brasileiro", Kátia diz que o voto em Lula é pragmático e não se trata de uma questão ideológica.
— A nossa perda de credibilidade na comunidade internacional chegou ao limite. Somos considerados um país irresponsável no que diz respeito às mudanças climáticas. Peço a você que leia o que está escrito lá fora sobre o governo de Jair Bolsonaro e o Brasil. Votar no Lula não é uma ameaça às nossas fazendas e aos nossos negócios. Nesse momento, só ele pode conseguir reverter essa situação caótica junto à União Europeia — afirmou Kátia, que hoje é presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.
Quem já declarou apoio a Bolsonaro
Cláudio Castro
Reeleito governador no Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL) esteve em Brasília nesta terça-feira para reforçar apoio a Bolsonaro no segundo turno das eleições.
— Como sou do partido (PL) e apoiador do presidente, não tinha como não vir aqui e me esforçar muito para o Rio ser a capital da reeleição de Bolsonaro — afirmou Castro, em coletiva de imprensa.
O presidente Bolsonaro, que estava ao lado de Castro na coletiva, agradeceu o apoio e reafirmou os laços criados entre o governo federal, durante seu mandato, e o governo do Rio de Janeiro.
— Sempre tivemos um bom relacionamento com o Rio de Janeiro, desde quando Cláudio Castro assumiu. Passamos pela pandemia e criamos juntos o Auxílio Emergencial, que fez com que a economia não colapsasse. Quem ganha é o Rio e o brasileiro — pontuou Bolsonaro.
Ana Amélia Lemos
Ex-senadora que tentou retornar ao cargo neste ano, Ana Amélia Lemos (PSD) confirmou que votará novamente em Bolsonaro no dia 30 de outubro.
— Não vou sair por aí de bandeirinha, fazendo campanha, mas meu voto será dele, em respeito aos meus eleitores, que não querem o PT de volta ao poder — disse Ana Amélia à coluna de Rosane de Oliveira em GZH.
Vale lembrar que Ana Amélia, em 2018, na disputa pelo Planalto, foi companheira de chapa de Geraldo Alckmin (PSB), que hoje é vice de Lula.
Lucas Redecker
Presidente licenciado do PSDB no Rio Grande do Sul, Lucas Redecker, usou as redes sociais nesta segunda-feira (3) para declarar apoio a Jair Bolsonaro.
"Para à presidência, a maior preocupação é o não retorno do método de governo que o PT apresentou enquanto esteve à frente presidência da república. Com isso, o melhor caminho para o Brasil é o presidente Bolsonaro", escreveu no Twitter.
À coluna de Rosane de Oliveira, Redecker, que foi reeleito como deputado federal, explicou que o apoio a Bolsonaro é um posicionamento pessoal, e não do partido.
Sergio Moro
Juiz da Lava Jato e, agora, senador eleito pelo Paraná, Sergio Moro (União Brasil) declarou, nesta terça-feira, apoio a Jair Bolsonaro, de quem foi ministro da Justiça entre 2019 e 2020 e, ao deixar o cargo, acusou o presidente de interferir na Polícia Federal (PF). Em sua conta no Twitter, Moro escreveu: "Lula não é uma opção eleitoral, com seu governo marcado pela corrupção da democracia. Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, o apoio para Bolsonaro". Bolsonaro, ao saber de apoio de Moro, afirmou que "está superado tudo" e que "daqui para a frente, é um novo relacionamento".
Romeu Zema
Governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também formalizou, nesta terça-feira (4), em coletiva de imprensa, apoio a Bolsonaro no segundo turno das eleições.
— Não poderia também deixar neste momento de estarmos aqui, colocando as nossas divergências de lado, eu sempre dialoguei com o presidente Bolsonaro. Sabemos que em muitas coisas convergirmos e em outras, não. Mas é o momento em que o Brasil precisa caminhar para frente, e eu acredito muito mais na proposta do presidente Bolsonaro do que na proposta do adversário (Lula) — afirmou Zema.
Ibaneis Rocha
O governador reeleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), oficializou apoio ao presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (5). Ao lado do chefe do Executivo, o emedebista disse que a candidata derrotada do partido à Presidência, Simone Tebet, tomará uma "decisão isolada" se apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Rodrigo Garcia
O governador de São Paulo, do PSDB, anunciou que irá apoiar Bolsonaro na campanha à reeleição e Tarcísio de Freitas (Republicanos) na disputa para sucedê-lo no Palácio dos Bandeirantes. Ao lado de Bolsonaro e de Tarcísio, Garcia declarou "apoio incondicional".
Ratinho Junior
Aliado do presidente da República desde 2018, o governador reeleito do Paraná, Ratinho Junior (PSD), oficializou nesta quarta-feira (5), seu apoio ao chefe do Executivo no segundo turno da eleição contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em âmbito nacional, o PSD, que é presidido por Gilberto Kassab, declarou neutralidade e liberou seus filiados para apoiarem qualquer candidato.
— Eu faço aqui, presidente, em meu nome e em nome da nossa população, que, em sua grande maioria, pela segunda vez - na eleição passada já tinha feito isso -, nesta eleição fez da mesma forma no primeiro turno, deu uma esmagadora votação para o senhor, e a ideia é que a gente possa consolidar isso, numa ampliação da votação no segundo turno, ajudando a dar a vitória ao presidente Bolsonaro — disse Ratinho Junior.
Governadores aliados
O presidente recebeu nesta quinta-feira (6), o apoio do governador reeleito de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e de outros chefes de Executivos estaduais considerados bolsonaristas: os governadores de Roraima, Antonio Denarium (PP); do Acre, Gladson Cameli (PP); de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil); do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil); e de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil). Os cinco foram reeleitos no primeiro turno e apoiaram o governo ao longo do mandato de Bolsonaro.
Sebastião Melo
Na tarde desta quinta-feira (6), o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), anunciou apoio ao candidato à reeleição para a Presidência da República. Melo declarou que, "para ser coerente com sua história e princípios", não estará ao lado do PT. Melo não seguiu a decisão da candidata à Presidência pelo partido dele, Simone Tebet (MDB), que nesta quarta-feira (5), declarou apoio ao candidato petista.