Faltando 12 dias para as eleições, os quatro concorrentes ao Planalto mais bem cotados nas pesquisas – pela ordem, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) – cumpriram agendas específicas nesta terça-feira (20). Os candidatos à Presidência da República participaram de eventos, entrevistas, caminhadas e reuniões.
Confira, abaixo, como foi o dia dos postulantes ao Palácio do Planalto.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
O candidato petista, em sua agenda desta terça-feira, realizou um encontro pela manhã com representantes do setor do turismo em São Paulo. Lula reforçou, na ocasião, a importância da preservação dos atrativos culturais e naturais do país, os quais diz que "estão abandonados". O ex-presidente ainda destacou que é necessário dar atenção ao povo indígena e que o garimpo e o desmatamento da Amazônia afastam os interessados em fazer turismo no Brasil. Ele prometeu que o seu governo será "duro" na questão do desmatamento, do garimpo e das queimadas.
Lula ainda apontou, no evento, que é necessário melhorar a imagem do país para atrair visitantes estrangeiros, o que também irá gerar empregos. No encontro, o petista também atacou Bolsonaro. Segundo Lula, o seu adversário coloca em dúvida a segurança das urnas eletrônicas porque "já está prevendo a derrota" nas eleições de outubro. O candidato ainda disse que pretende vencer a eleição para o Brasil "ser feliz outra vez".
Jair Bolsonaro (PL)
Em agenda como presidente, Bolsonaro fez o discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, nos Estados Unidos. Por lá, o candidato à reeleição aproveitou o palco internacional para relatar feitos de seu mandato, destacando que seu governo "não poupou esforços para salvar vidas e preservar empregos" e vendeu a imagem de que o Brasil é campeão na imunização, com a população vacinada de forma voluntária. Bolsonaro ainda exibiu suas propostas em caso de reeleição e disse que o seu governo extirpou "a corrupção sistêmica que existia no país". Também afirmou que, entre 2003 e 2015, "o endividamento da Petrobras, por má gestão, loteamento político e desvios, chegou na casa dos US$ 170 bilhões".
Bolsonaro, então, referiu-se ao seu concorrente petista, dizendo que "o responsável por isso foi condenado em três instâncias por unanimidade". Bolsonaro, ainda em Nova York, almoçou com a sua comitiva e apoiadores na churrascaria Fogo de Chão, onde atacou novamente o PT e Lula, além de voltar a enaltecer o atual momento da economia do país, promover o seu governo e repetir que é "imbrochável". O candidato ainda participou, virtualmente, de uma sabatina promovida pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), na qual prometeu recriar o Ministério do Comércio, Indústria e Serviços, e se encontrou, em Nova York, com os presidentes de Polônia, Equador, Guatemala e Sérvia, que têm em comum serem políticos de direita.
Ciro Gomes (PDT)
A agenda do candidato começou com uma entrevista virtual para a rádio Super Notícia, de Minas Gerais. O pedetista, na conversa, disparou críticas a Lula, que promoveu na segunda-feira (19) um encontro com ex-presidentes. Ciro disse que o encontro foi "um grande conchavo" e que "alguém está sendo enganado", uma vez que Meirelles e Guilherme Boulos estavam juntos. O candidato ainda criticou o chamado voto útil, disse acreditar na sua eleição e voltou a enfatizar a taxação das grandes fortunas.
Depois, Ciro foi para Campinas, onde participou, ainda pela manhã, de uma convenção da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). No evento, ele defendeu "fazer uma convergência estratégica" em prol do desenvolvimento do país. O pedetista disse ainda que é preciso encerrar a "batalha ideológica burra", em uma crítica a espectros políticos extremos. O político encerrou o dia fazendo uma transmissão ao vivo em suas redes sociais.
Simone Tebet (MDB)
A candidata do MDB visitou, na parte da manhã, o Centro de Operações e Inteligência da cidade de Indaiatuba, em São Paulo. Por lá, ela voltou a defender a criação de um Ministério de Segurança Pública e que inteligência e tecnologia são necessárias para diminuir os roubos e furtos no Brasil. Ela também criticou a flexibilização do porte de arma e prometeu que, se eleita, vai dar transparência ao que aconteceu na condução da pandemia, uma vez que acredita que houve tentativa de superfaturamento por parte do Ministério da Saúde na compra de vacinas. A candidata ainda participou de uma caminhada pelas ruas de Indaiatuba.
Na parte da tarde, Simone participou do encontro Educação Agora para o Brasil, na Livraria Cultura, em São Paulo. A emedebista afirmou que, hoje, o país passa por "retrocessos civilizatórios", como a volta do Brasil ao mapa da fome. Depois, em coletiva de imprensa, ela criticou a ausência de Lula no debate do SBT, dizendo que acha a decisão do petista "lamentável", e afirmou que o seu adversário "se esconde por medo para não dizer o que vai fazer para o Brasil". Ao final do dia, ela foi sabatinada no Programa do Ratinho, no SBT. Na entrevista, ela afirmou que o povo "não come ideologia" e que a polarização "mata o Brasil".