Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, que foi ao ar na manhã desta quinta-feira (25), na Rádio Gaúcha, o candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, afirmou que possui uma "sólida convicção no povo" e que está trabalhando "em dobro" para atingir uma porcentagem suficiente para ir ao segundo turno das eleições de outubro.
Na conversa, Ciro comentou sua proposta de renda mínima que prevê R$ 1 mil ao mês para famílias pobres. Segundo ele, o projeto — que faria parte de um "novo modelo previdenciário" — teria um custo total ao redor de R$ 297 bilhões. Os recursos, de acordo com o pededista, viriam de programas já existentes e de um novo imposto sobre grandes fortunas — aquelas acima de R$ 20 milhões, nas palavras do presidenciável.
— (R$ 297 bilhões) É muito dinheiro? É. Mas o Brasil, nos últimos 12 meses, entregou de juro para banco R$ 500 bilhões. O problema do país não é falta de dinheiro, é alocação perversa do dinheiro que, quase de forma "esfolada", nosso povo e nossos empreendedores pagam de impostos — enfatizou.
Sobre educação, Ciro declarou que seu projeto de governo pretende colocar o Brasil entre as 10 melhores do mundo, dentro do prazo de 15 anos. Para isso, o candidato citou o modelo implementado no Ceará, onde foi governador, que atualmente ocupa o posto de melhor ensino público do país.
— Temos toda a condição de fazer isso no Brasil inteiro, pois o caminho está desenhado. Devemos fazer um esforço de retreinamento e estímulo aos professores. Precisamos fazer isso porque é necessário mudar o padrão pedagógico. A educação que estamos dando atualmente é do século 19. E vale lembrar que essas reformas custam dinheiro, portanto, se torna ainda mais necessária a reforma tributária — pontuou.
Ao lembrar que ocupou o cargo de secretário estadual da Saúde, o pedetista alegou que o Sistema Único de Saúde (SUS) enfrenta um problema de gestão e financiamento. O candidato afirmou que, caso seja eleito, pretende implantar um sistema de regulação para agilizar as consultas.
— O Brasil não possui rede pública suficiente para atender a demanda. Os hospitais possuem uma fila extensa de cirurgias eletivas que aumentaram com a pandemia. Por exemplo, mulheres que detectam um nódulo cancerígeno no seio chegam a esperar dois anos para realizar a cirurgia, o que pode decidir entre a vida e a morte. É isso que queremos mudar — disse.
Todos os candidatos à Presidência foram convidados pela Rádio Gaúcha para entrevista no Atualidade durante o período eleitoral. A marcação ocorrerá conforme a disponibilidade de agenda de cada um deles. Os quatro primeiros colocados na pesquisa Ipec terão 30 minutos. Os demais, 10 minutos.