O segundo turno das eleições, realizado neste domingo (29), confirmou um fenômeno já verificado duas semanas antes quando foram anunciados os primeiros nomes dos futuros prefeitos gaúchos.
O resultado nos cinco municípios que tiveram uma nova rodada eleitoral ampliou o crescimento dos partidos de centro e direita sobre as prefeituras no Rio Grande do Sul. O PSDB saiu vitorioso em mais três cidades, enquanto MDB e PSD confirmaram mais uma conquista cada em pontos estrategicamente importantes.
Com o fechamento das urnas, as gestões tucanas passaram a somar 30 cidades. As três novas cadeiras mantiveram a sigla como quinta força partidária no Estado em relação ao primeiro turno, mas agora com apenas uma administração a menos do que o PTB. O PSDB levou Caxias, Pelotas e Santa Maria (segundo, quarto e quinto maiores colégios eleitorais, respectivamente).
O MDB se manteve na segunda colocação do ranking estadual, com 135 prefeitos — oito a menos do que o líder PP, que poderia ter somado mais uma vitória em Santa Maria, mas perdeu a disputa. Para os emedebistas, mais significativo do que ter somado outra cadeira foi a importância estratégica da vitória: ocorreu na principal cidade do Estado, Porto Alegre, onde Sebastião Melo derrotou Manuela D’Ávila (PCdoB). Já o PSD elevou seu portfólio de prefeituras de cinco para seis ao emplacar Jairo Jorge em Canoas (terceiro maior eleitorado).
Somados, PP e MDB somam 278 prefeituras e demonstram a força das siglas de centro entre os gaúchos — o equivalente a 56% do Estado. O PDT aparece como terceiro colocado e principal partido de esquerda, ocupando um espaço que já foi do PT: em 2012, os petistas chegaram a somar 72 eleitos. Depois disso, entraram em queda e agora contabilizaram 23 conquistas. O PT foi ao segundo turno em Pelotas e Caxias, dois colégios eleitorais importantes, mas perdeu nos dois.
O PDT também recuou entre 2016 e 2020 e passou de 78 para 65 administrações, mas se manteve em patamar bastante superior. Ainda no campo da esquerda, o PCdoB poderia ter recuperado um importante trunfo para esse espectro político se vencesse na Capital, mas Manuela acabou derrotada pelo MDB.
Em caminho oposto, siglas de direita como PSL e PL registraram avanços significativos já no primeiro turno. Não administravam nenhuma cidade gaúcha, mas a partir de janeiro vão assumir em sete (PSL) e 10 (PL). O DEM também melhorou seu desempenho e subiu de 10 para 15.
Outras cinco cidades tiveram resultados indeferidos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no primeiro turno e deveriam passar por julgamento. Até a noite de domingo, permaneciam com a informação de definição pendente na página da Justiça Eleitoral. Por isso, não entraram na tabulação realizada por GZH.