Pela terceira vez, a ex-deputada Manuela D’Ávila, do PCdoB, fracassou na tentativa de se eleger prefeita de Porto Alegre. Mesmo com uma campanha bem estruturada e com mais dinheiro do que o adversário, Sebastião Melo (MDB), Manuela esbarrou na rejeição. Nas pesquisas do primeiro turno, ela e o prefeito Nelson Marchezan apareciam como os mais rejeitados.
No segundo turno, agregou o apoio das candidatas Juliana Brizola (PDT) e Fernanda Melchionna (PSOL), mas tropeçou na rejeição a seu nome, ao PCdoB e ao PT, partido do vice Miguel Rossetto. O fato de ser “comunista” e suas posições a favor do aborto e da liberação da maconha — ainda que não sejam temas da esfera municipal — foram explorados exaustivamente pelos aliados do adversário.
Manuela foi alvo de uma campanha difamatória por parte de apoiadores de Melo, que percorriam as ruas em carros de som dizendo que se fosse eleita ela mandaria fechar igrejas e que Porto Alegre viraria uma Venezuela. O deputado Bibo Nunes (PSL), um dos principais detratores, chegou a dizer, em um carro de som, que os porto-alegrenses teriam de fazer “churrasco de carne de cachorro”.
Mesmo com o apoio do PT e o discurso voltado às famílias mais pobres, não conseguiu atingir de maneira decisiva o eleitorado mais carente e com menor grau de instrução, que se identificou mais com o jeito simples de Melo, que é conhecido em todas as regiões da cidade.
Outro fator que pode ter atrapalhado foi a contrariedade explícita a iniciativas da atual gestão, como a PPP do saneamento e as contratualizações na saúde, o que afastou eleitores que votaram no prefeito Nelson Marchezan no primeiro turno. Embora com rejeição elevada, Marchezan fez mais de 21% dos votos no primeiro turno.
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