O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, defendeu, na tarde desta terça-feira (17), que o partido e a candidata derrotada Juliana Brizola apoiem, no segundo turno de Porto Alegre, a chapa de Manuela d’Ávila (PCdoB). A decisão é endossada pela própria candidata, que afirmou seu posicionamento nas redes sociais.
"A executiva do PDT vai deliberar hoje sobre o 2° turno em Porto Alegre. Defenderei o apoio à candidatura de Manuela D’Ávila. Aos que reclamaram do tempo: em partido grande é assim, definimos as coisas com muito debate. O apoio se dará por meio de compromissos divulgados em breve", disse a deputada estadual.
Segundo Lupi, há apenas dois caminhos possíveis: o apoio a Manuela ou a neutralidade, uma vez que, para o presidente nacional do PDT, Melo está alinhado com o bolsonarismo.
— O que eu posso te adiantar? Com Melo não iremos! Isso é uma decisão praticamente unânime do partido, pela opção que ele (Melo) fez de chamar os “Bolsonaro”. Do lado dos “Bolsonaro” nós não entramos. Uma opção para o PDT é ter uma liberação, para evitar uma divisão interna do partido, e outra opção, que eu estou defendendo, que o Ciro (Gomes) está defendendo, que a Juliana está defendendo, é apoio crítico a Manuela — disse Lupi.
A decisão do PDT deve sair de uma reunião da cúpula do partido em Porto Alegre que está marcada para as 19h. O presidente metropolitano do PDT, Pompeo de Mattos, que comandará o encontro, avalia que a tendência seria uma aproximação com Manuela, mas pondera que a candidata do PCdoB destruiu algumas pontes entre os partidos.
— A nossa tendência é ir para o nosso campo, com a Manuela, mas a gente sofreu muito. A Manuela derrubou as pontes conosco. Uma ação na Justiça… ela quer apoio de quem está processando? Ela foi derrubando pontes desnecessárias. Isso cria um constrangimento para a gente. E ninguém do PCdoB e do PT me telefonou. E, por outro lado, o Melo se aproximou de Bolsonaro, fica difícil para nós — avaliou Pompeo de Mattos.
Lupi e Pompeo rejeitam a ideia de que a definição para o segundo turno de Porto Alegre passe por uma análise de eventuais apoios do campo da centro-esquerda para as eleições de 2022. Ciro Gomes, que disputou a eleição de 2018, é favorito para liderar o partido no próximo pleito presidencial.
A ideia de neutralidade é defendida por parte do PDT de Porto Alegre, caso do vereador Mauro Zacher.
— Acho que a independência é o possível. O partido vai entrar em um racha interno? A gente pode contribuir com o debate sem ter que apoiar formalmente A ou B — avaliou Zacher.